Nascido e renascido
João Pedro Gurgel*
Um dia desses olhei seriamente para o porta
luvas do carro e pensei: por que tanto CD do John Mayer? Como não sabia a
resposta, pensei que era hora de tentar dizer.
John Mayer nasceu no estado do Connecticut, no
sul dos EUA. Começou a tocar guitarra depois de ver o solo de Johnny B. Goode
em “De Volta Para o Futuro”. Um garoto que perdia horas dentro do quarto,
sonhando em tocar para alguém mais do que o próprio gravador.
John saiu de casa perto dos 20 anos, para
estudar em Berkley, tida como a melhor escola de música do mundo. Mas saiu de
lá cedo. Percebeu que a música, de verdade, não estava nas extensas partituras
ou outras teorias. A música era do mundo. Da rua. Da noite.
Sem dinheiro algum, John passou a tocar nos
bares e casas noturnas em troca de um prato de comida, ou mesmo de um lugar para
dormir. Uma rotina sofrível. Penosa. Mas que não estancava sua poesia, nem sua
voz.
Passar fome não era rotina muito charmosa.
Mas, mesmo assim, Mayer não deixava de sonhar com sua amada, que lhe inspirou
uma canção simples e apaixonada no meio daquele tormento. “Your Body Is a
Wonderland”, então, foi a canção que lhe garantiu o prêmio MTV de Melhor Voz
Masculina, e lhe colocou na rota do sucesso.
Nem tudo são flores. Após emplacar vários
sucessos, JM foi maldosamente tachado de racista, pela mídia, por uma
declaração distorcida. Somada a uma crítica cruel de Taylor Swift, a sua ex.
Somado também um câncer na garganta, Mayer caiu na vala nefasta da depressão.
“Born And Raised”, seu quinto álbum, é um
verdadeiro tratado de superação e força. Traz o milagre da superação de um
homem que se perdoa, e perdoa a todos com sua própria música. Mayer superou o
câncer, o preconceito e a inveja.
Dois álbuns depois, e ainda em atividade, John
Mayer é considerado um dos maiores guitarristas modernos. Mas, sobretudo, um
homem com coração. Que nunca deixou de ser simples, apesar de ser
complexo. Que nunca deixou o seu coração.
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