O DETALHE ESQUECIDO
Dmitry Sidorenko*
Acabei de ler o artigo de Rui Martinho
Rodrigues, intitulado “O Perigo Esquecido”. Conheço o Prof. Rui como
historiador e cientista político competente, com quem varias vezes discutimos
na Tenda Árabe e nos programas famosos do jornalista Arnaldo Santos.
Nesse artigo, Rui faz uma analise profunda das
relações entre União Soviética e USA. Desde a época da crise de Caribe até a situação
entre a Rússia e USA na Síria.
Esta tudo certo na análise histórica que ele
faz, e em certas razões da política atual – menos em um detalhe, mas um detalhe
importante: na perigosa situação atual da Síria, que quase provocou um conflito
militar, não havia uso de armas químicas.
No ano passado, armas químicas foram usadas
pelos fundamentalistas do Estado Islâmico, mas este ano não houve esse uso. O espetáculo
do uso das armas químicas no hospital foi montado pelo organismo chamado “Capacetes
Brancos”, para que os americanos pudessem lançar misseis contra a Síria, usando
esse pretexto.
Ainda sem ter provas efetivas do uso das armas
químicas pelo governo de Assad, Trump comandou o ataque. Mas, considerando os
avisos da Rússia para que não provocasse um conflito militar, Trump atacou alvos
secundários, brincando de atacar o deserto.
O artigo de Rui é de 12 de abril, quando a situação
estava tensa e todo o mundo esperava o pior, porém Trump tinha consciência de
que deveria resolver a situação de forma pacífica. Passados sete dias, já se
sabe que era um espetáculo as cenas do uso das armas químicas, montado em um
hospital sem uso nenhum.
Das potências europeias mencionadas pelo Rui,
na realidade só a Alemanha não apoiou os aliados dos EUA no ataque militar
contra a Síria, sem ter provas de que Assad usara armas químicas.
A Alemanha é a única nação da Europa, além da Rússia,
que tem a sua posição própria independente, em face dos Estados Unidos.
Dmitry Sidorenko, de São Petersburgo, Rússia.
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