MAR
TEMPESTUOSO
Vianney
Mesquita*
Oh, Mar, solitário noivo da tormenta,
inutilmente é que ergues as ondas para seguir teu amor! (Rabindranath Tagore).
Sou na essência um bote que navega
No embalo alucinante e aterrador;
Nada mais do que humilde pescador
Por vagas netunais embevecido.
Fitando qual um louco a espuma cega,
Pelejas d’água e areia vejo um ror;
Desencadeia um turbilhão de dor
E o rude escaler vira vencido.
Talvez mais tarde queira a calmaria
Eu seja a mansa linfa e que, um dia,
Beije e abrace as ondas virginais.
A vida, entanto, é mar tempestuoso,
Dançando acelerado e tenebroso,
Numa constante orquestração de ais.
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