Seção do Livro
Franciscos Moradores do Céu
Enredo Histórico e
Notícias Eclesiológicas
O CASO DO BEATO
FRANCISCO YAKICH
Vianney Mesquita**
Geraldo Jesuino***
Quando eu era menino, falava como menino,
julgava como menino, discorria como menino; mas depois que cheguei a ser homem
feito, dei de mão às coisas que eram de menino. (BÍBLIA, 1 Coríntios, 13-11).
Conquanto
uma parte da literatura relate o menino japonês de quatro anos como santo, esta
informação resulta equívoca, porquanto jamais houve canonização, embora esses
crimes com uma família japonesa tenham ocorrido em 1622, com a execução de pai,
mãe e dois filhos – Francisco com quatro e André com oito anos.
No
Martirológio Romano (Apud santosebeatoscatolicos.blogspot.br),
está assente a notícia de que, na cidade de Nagasaki, essas quatro pessoas
enfrentaram a morte por Jesus Cristo: as crianças e a mãe – Beata Lúcia –
tiveram as cabeças decepadas, na frente do Beato Luís Yakichi, e, logo após,
este foi queimado vivo.
Os
mártires pertenciam à Diocese de Funai e receberam este peso por conta de sua
fé cristã. Ocorreu de os cristãos da Diocese planejaram libertar o missionário
erudito e jesuíta lusitano, Padre Luís Froes, preso numa cadeia de Firando
(Japão). Foi escolhido para a arriscada operação o próprio Luís Yakichi, pessoa
bastante viva e engenhosa, a qual, a bordo de uma canoa, logrou enganar a
vigilância do cárcere e libertar o Sacerdote português. (IBID).
Logo
na sequência, infelizmente, a operação foi descoberta e os soldados,
aparelhados de meios bem mais rápidos, alcançaram a pequena igara e levaram
para o calabouço os dois prisioneiros.
A julgar pelo que encerram as fontes, o
beato Luís Yakichi passou por nada menos do que 17 espécies de tortura, havendo
permanecido encarcerado durante 70 dias (10-A, 2013).
Luís foi submetido a vários interrogatórios
por parte dos juízes interessados em descobrir os nomes dos organizadores do complô.
Foi submetido a suplícios contínuos que tornaram seu corpo irreconhecível, porém todas as torturas
não abateram seu ânimo[...] Jamais revelou nada, nem mesmo quando ameaçaram de
morte os seus mais íntimos familiares. Todos os quatro recusaram a liberdade em
troca da renúncia à crença de Cristo e ao juiz não restou senão condenar ao
martírio a heroica família. (27: on
line).
A
decapitação de Lúcia, André e Francisco Yakichi – o primeiro nascido em 1615 e
o outro em 1619 – ocorreu no dia 2 de outubro de 1622, em Nagasaki, a mesma
cidade onde, no final da Segunda Grande Guerra Mundial, foi lançada uma bomba
atômica, destruindo-a, matando e deixando graves sequelas, até hoje, na sua
população e descendência.
O
breve da beatificação de Francisco Yakichi, de seus pais e do irmão, foi
assinado pelo Papa Pio IX (Giovani Maria Mastai-Ferreti, que, por sinal, também
é beato) no dia 7 de maio de 1867.
Mencionado
Decreto, lavrado pelo Sumo Pontífice, beneficiou com a circunstância de beatos,
além do grupo Yakichi, 205 pessoas sacrificadas em razão da causa da fé em
terras nipônicas, incluindo-se aí 15 casais japoneses, de tal modo que o Japão,
conforme ditam as fontes librárias, é o país a conceder à Santa Madre Igreja, o
maior quantitativo de protótipos de espiritualidade vivida em situação
conjugal.
Malgrado
ainda não serem santos, com ato de beatificação editado há 150 anos
(2017-1867), haja vista haver sido publicada a mencionada (algumas vezes neste
livro) Constituição Divinus Perfeccionis
Magister, de São João Paulo II, em 25.01.1983, aguardam-se para os próximos
anos os atos de canonização dos Yakichis e dos demais 205 mártires japônicos. A
igual maneira, também se espera o deslinde de centenas e centenas de processos sub judice no Forum-Mor Vaticanista.
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