(DE)FORMADORES
DE OPINIÃO
Humberto
Ellery*
Eu fico deveras impressionado com a enorme
quantidade de pessoas que, abrindo mão de formar suas próprias convicções,
abraçam como suas as opiniões de “especialistas”, “cientistas políticos” e
comentaristas em geral, das diversas redes de TV, jornais e revistas.
Recentemente, ao me acercar de um grupo de
amigos que discutiam acaloradamente a respeito da sentença do Tribunal Superior
Eleitoral, contrária à cassação da chapa Dilma/Temer, um deles repetia, ipsis
litteris, as palavras de um conhecido jornalista da GloboNews, que na
noite anterior se manifestara veementemente contrário à decisão do Tribunal.
Quando meu amigo concluiu o replay eu
prontamente manifestei minha discordância, defendendo a tese, afinal vitoriosa,
de que ao TSE não caberia cassar a chapa Dilma/Temer.
O meu amigo cruzou os braços sobre o peito e,
numa atitude entre desafiadora e debochada, perguntou-me: “quer dizer que você
se acha melhor que o Merval Pereira?”
Engoli em seco e comecei a responder à
provocação dizendo: “Meu amigo, eu não me acho melhor do que ninguém, inclusive
o Merval tem um galardão com o qual eu não posso nem sonhar, pois ele é um ‘imortal’
da Academia Brasileira de Letras. Mas eu prefiro pensar com a minha própria
cabeça do que com a de qualquer outro, pois quem anda na cabeça dos outros é
piolho”.
É verdade que quando da eleição do citado
jornalista para a ABL, vários intelectuais retomaram uma velha discussão a
respeito dos critérios para o ingresso na Casa de Machado de Assis, uma vez que
a “produção literária” do Merval se resume a dois livros completamente
desimportantes no cenário editorial brasileiro, sendo um deles apenas uma
coletânea de artigos seus, e o outro um apanhado de algumas reportagens feitas
em coautoria.
A intelectualidade gaúcha foi a que mais
protestou, por achar que o grande Moacyr Scliar merecia ser substituído por um
intelectual à sua altura, requisito que o Merval fica muito longe de preencher.
Feita essa digressão, e voltando àquela
discussão entre amigos, relembrei aos circunstantes que, entre outra
baboseiras, o Merval afirmou que o TSE era uma jabuticaba, pois só no Brasil
existe um tribunal eleitoral, e tendo em vista que historicamente só cassa
vereadores, prefeitos, deputados e governadores, e como não servia para cassar
um Presidente da República, então não deveria existir pois “não serve pra nada”.
Só não fiquei mais indignado com essa afirmação tão estúpida, e até o perdoo, porque sei que isso não é uma opinião dele, mas da Rede Globo, fortemente engajada no projeto “Fora, Temer”, e a quem obedece cegamente, um mero porta-voz da empresa, para manter seu enorme salário.
Só não fiquei mais indignado com essa afirmação tão estúpida, e até o perdoo, porque sei que isso não é uma opinião dele, mas da Rede Globo, fortemente engajada no projeto “Fora, Temer”, e a quem obedece cegamente, um mero porta-voz da empresa, para manter seu enorme salário.
A existência ou não de um tribunal para cuidar
apenas de questões eleitorais é uma questão a ser discutida, mas afirmar que não
serve para nada, somente porque não condenou quem ele queria, e por conta disso
seria melhor que o Tribunal Eleitoral não existisse, fez-me lembrar de Danton, quando este afirmou que “a Revolução não precisa de tribunais, precisa de mais guilhotinas” – uma das quais cortaria o seu pescoço).
Lembrei ainda do celerado Che Guevara (grande herói dos jovens universitários, que, estupidamente, carregam sua foto no peito), quando, em La Cabaña, ele gritou para um funcionário do Judiciário cubano: “Eu não preciso de provas para executar um homem. Apenas saber que preciso fazê-lo”. E seguiu fuzilando... até ser fuzilado.
Lembrei ainda do celerado Che Guevara (grande herói dos jovens universitários, que, estupidamente, carregam sua foto no peito), quando, em La Cabaña, ele gritou para um funcionário do Judiciário cubano: “Eu não preciso de provas para executar um homem. Apenas saber que preciso fazê-lo”. E seguiu fuzilando... até ser fuzilado.
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