quinta-feira, 27 de julho de 2017

CRÔNICA - Embaixada da Cachaça (RM)


EMBAIXADA DA CACHAÇA:
Um projeto cearense
assinado pelo
brasileiro
Altino Farias
Roberto Moreira*


Ele é engenheiro, mas seu perfil é de escritor e de homem voltado aos desafios impostos a quem persegue divulgar as formas diversas da cultura popular. Altino é desse tipo.

Ele trocou a prancheta e as obras por um sonho simples de integrar o Brasil através dos alambiques. Foi aluno dos mestres da cachaça de Redenção, de Acarape, de Aquiraz, cidades que abrigam os mais famosos rótulos de aguardentes do Ceará, Colonial, Real Acarape e Douradinha. Tem ainda a Chave de Ouro e outras…

Ao criar a Embaixada da Cachaça, espaço nobre e acolhedor projetado por uma arquiteta que tem seu sangue, a filha arquiteta, fez um desenho perfeito e luxuoso, mas sem esquecer o popular, o simples, apesar do requinte no ambiente, na comida servida (tira-gosto) que vai desde a fruta da época (seriguela, caju, cajá, manga, canjaranas, tamarindo), aos quitutes de filé, bolinhas, mariscos e feijoada, até o carinhoso abraço entre admiradores do bar, da cachaça e de outras bebidas.

A Embaixada da Cachaça é um lugar diplomático, todos são acolhidos na mais fraterna simpatia por parte do Altino, da equipe de garçons e do pessoal da cozinha. Os artistas ganharam emprego. Cantores e músicos todos os dias ofertam uma viagem ao mundo da MPB, misturando boleros, forrós, canções românticas, juninas e clássicos.

Ninguém sai infeliz da Embaixada do Altino, dos boêmios, dos cearenses de bem como ele e de seu dileto amigo Reginaldo Vasconcelos, outro brasileiro de vasto saber na literatura e na pintura, e na arte de juntar gente ao seu entorno, com o seu coração que abriga amores e energia.



Faço esse registro aos meus leitores por ter ido pessoalmente conhecer a Embaixada da Cachaça, que funciona num belo endereço, em frente à Procuradoria da República, na Rua João Brígido, no Joaquim Távora.

Nasci e me criei em Fortaleza, mas ao ir à Embaixada da Cachaça conheci os principais bares da Cidade, ouvindo o Altino contar a história de cada um, e me encantei com os detalhes.

Por exemplo: o bar mais antigo de Fortaleza, o do seu Nogueira, ainda vende "zinebra", bebida de alto teor alcoólico, que não deixa cheiro de álcool na boca, e que é a paixão dos vendedores, porque eles ficam espertos e atuantes e o patrão não descobre o motivo.

Aos que desejam conhecer um pouco da nossa terra, recomendo a Embaixada. Não é obrigado consumir, pode ser apenas uma visita, e garanto que vocês sairão encantados com o lugar e admirando o Altino.


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