AO PROF. DR. RAIMUNDO MARIANO G. C. BRANCO
Vianney Mesquita*
Vendo-me prostrado, desprezam-me os amigos: todo mundo
corta lenha de árvore tombada. (Autoria desconhecida).
Fortaleza,
26 de janeiro de 2016
Prezado
Professor Mariano,
bendigamos
ao Senhor.
Recebi,
hoje, comunicação de sua autoria, via e-mail,
dando conta de meu também correio eletrônico, do dia 22 deste mês, a respeito
da doença de sua Meire.
Verdade
insofismável descansa nesta epígrafe, quando nos encontramos sob a fraqueza de
um padecimento. E eu não posso, não devo, tampouco intento, subtrair galhos de uma
porta-sementes de caule ereto e indiviso, ora pai e mãe, na sua potente
incolumidade, como está você na doença – passageira, é claro – da sua Meire.
Isto
porque, logo depois, retornará à vida em normalidade, lance em que terá
extraído judiciosas leituras da medonha quadra, assustadora circunstância de
uma enfermidade grave, a nos reduzir a um micromicro de valor perante a vida.
Desculpe,
Prof. Dr. Mariano, mas não posso
acatar seu pedido de remissão, relativamente à nossa amizade, pois não há que
de nada se redimir. Ao se dispor nas condições de Adão e Eva, os portadores da Felix culpa (a que se refere no correio
eletrônico a mim enviado), configurada na nódoa pecaminosa em relação à divina
desobediência no Paraíso e referida no Gênesis,
no que respeita a mim, seu comportamento exprimiu-se sempre como plenamente
natural, perante uma pessoa com quem não trava maiores aproximações, a não ser aquelas
relações triviais da contingência acadêmica.
Seu
escrito de resposta ao meu citado correio é belo e fértil em teor, e até admira
sua riqueza expressional, sem desvios linguísticos quaisquer, como intenta
apontar, a não ser sob o aspecto estilístico – matéria, aliás, que não é
(ainda) dos seus tratos universitários, os quais são expressos, principalmente,
nos elevados ensaios e pesquisas de Geoengenharia, do mesmo modo que também não
posso me enfronhar em assuntos da Geofísica de Exploração, por exemplo, de petróleo
e gás, de que o amigo é senhor, nacionalmente reconhecido
como autoridade.
No
que concerne à insígnia romana com a qual termina seu e-mail de hoje (26.01.2016) – “Sou homem e nada do que é humano a
mim é alheio” (Homo sum; humani nihil a
me alienum puto) – sei que farão, todos os da família, para, sem sair da
humanidade a que não lhes sobra estranho, tudo suportar com sobranceria e
resignação a patologia (ou conjunções patológicas) da sua Meire, motivo por
que, também eu e os nossos adotamos a solidariedade expressa pelo cartaginês Públio Terêncio Afro neste
muito conceituado e mencionado moto latino, representativo da solidariedade
humana.
Orações
a mancheias.
Mais
um abraço
Vianney
Mesquita.
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