FURNA DA ONÇA
Totonho Laprovitera*
Totonho Laprovitera*
Curiosamente, “seu” Joaquim era um comerciante fora do comum. Para se ter ideia
disso, por exemplo, ele dava preferência a empregar ex-detentos em sua famosa loja de móveis usados, não se
importando com o histórico dos delitos deles. Isso, nos anos 60, em Fortaleza.
Uma vez, ao receber a visita da Fiscalização
da Fazenda Estadual em sua “Furna da Onça”, “seu” Joaquim assim justificou a
ausência do livro contábil na loja: - “Excelência, o livro tá com o contador,
que levou pra casa dele, coitado... Acontece que o pobre infeliz tá acometido
de lepra, mas aguarde um minuto só que eu vou mandar buscar agora mesmo pro
senhor examinar.”
Aí, pelando-se de medo de pegar o
mal-de-são-lázaro, o fiscal almofadinha escusou a busca do folhoso, alegando
estar muito avexado e que depois retornaria àquele estabelecimento comercial.
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