domingo, 29 de julho de 2018

CRÔNICA - Furna da Onça (TL)



FURNA DA ONÇA
Totonho Laprovitera*




Curiosamente, “seu” Joaquim era um comerciante fora do comum. Para se ter ideia disso, por exemplo, ele dava preferência a empregar ex-detentos em sua famosa loja de móveis usados,  não se importando com o histórico dos delitos deles. Isso, nos anos 60, em Fortaleza.

Uma vez, ao receber a visita da Fiscalização da Fazenda Estadual em sua “Furna da Onça”, “seu” Joaquim assim justificou a ausência do livro contábil na loja: - “Excelência, o livro tá com o contador, que levou pra casa dele, coitado... Acontece que o pobre infeliz tá acometido de lepra, mas aguarde um minuto só que eu vou mandar buscar agora mesmo pro senhor examinar.” 

Aí, pelando-se de medo de pegar o mal-de-são-lázaro, o fiscal almofadinha escusou a busca do folhoso, alegando estar muito avexado e que depois retornaria àquele estabelecimento comercial.


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