BEM-ESTAR FÍSICO,
SAÚDE MENTAL
E INTERFACES
Vianney Mesquita*
A saúde, tal qual a sorte, retira os seus
favores aos que dela abusam. (CHARLES DE SAINT-EVREMOND – moralista e
crítico francês. Coutance, 01.04.1613; Londres, 29.09.1703).
O
investigador de assuntos da atividade da Enfermagem científica no Estado do
Ceará assistiu há alguns anos, o surgimento, quase improviso, de uma produção
acadêmica de excelente qualidade, fenômeno decorrente da melhoria sempre
crescente dos programas de pós-graduação na especialidade, levados a efeito,
nomeadamente, pelas Universidades Federal e Estadual do Ceará e Universidade de
Fortaleza – UNIFOR.
Desde
há muito, experimento o agrado de assistir ao crescimento do estado d’arte de
tal saber ordenado no meio local, e posso atestar, mesmo na qualidade de leigo (informado),
a evolução do espectro temático abordado pelos autores. Neste comenos, ressalto
a elevação de sua abrangência e universalidade, a formação interdisciplinar de
seus quadros, não somente no concerto das disciplinas de saúde, senão, também,
nos mais diversificados setores do conhecimento organizado, como Filosofia,
Administração, Antropologia Física e Cultural, Comunicação, Sociologia, entre
outros saberes epistemologicamente ordenados.
No
lance sob exame, deixou, então, a Enfermagem, arte-ciência interdisciplinar à
repleção, sua clausura temática para imprimir voos mais elevados e autonômicos,
ao se servir do saber global a fim de conceder extensão explicativa
intercientífica aos seus conceitos, em especial após o abandono do caráter
meramente biológico da atenção à saúde, centrada na doença, para conferir um
cuidado holístico, com o centro na pessoa do ser doente e de seus circunstantes.
A
formação dos quadros de professores, pesquisadores e profissionais em programas
de mestrado, doutorado e pós-doutorado, sempre em dia com a evolução da
especialidade, bem assim nos seus liames conceituais, no contexto da
horizontalidade do saber, conferiu ao seu profissional o estatuto de
trabalhador competente e produtor eclético no largo espectro de suas ações,
carreando para ele o respeito e o reconhecimento da comunidade universitária e
da sociedade em geral. Tudo isto sucedeu em virtude do seu preparo intelectual
exigente e constante, atribuindo-lhe o devido prestígio no âmbito da saúde e do
conhecimento ordenado global.
Um
dos motivos maiores para essa prontidão intelectiva e prática do pesquisador
estudioso da Enfermagem é, sem dúvida, a exteriorização (socializada em
suportes informativos, como o livro, a revista e a internet) dos conceitos
produzidos na contingência hígida de uma academia produtiva, que achou no sadio
expediente da coletânea um modus operandi
de escoar essas compreensões para que circulem num ambiente cada vez maior
de consumidores, a fim de alimentar o debate, conformar compreensões, revisar
posições, validar ou falsear hipóteses, por fim, trazer a discussão plural da
atividade cientifica com vistas ao bem-estar da sociedade.
Exemplo
de uma dessas seletas ora repousa nas bibliotecas de Ciências da Saúde de todo
o Brasil, com o título de Saúde, Saúde
Mental e suas Interfaces, abordando esse assunto com elevado poder de
análise, da autoria de docentes e investigadores, cuja produção se deu na
contextura de hospitais e laboratórios universitários. O livro traz a firma de
25 pesquisadores, mestres, doutores, docentes livres e estudantes de pós-láurea
stricto-sensu, e é organizado pelas
mestras e doutoras da Universidade Federal do Ceará – Ângela Maria Alves e
Souza, Violante Augusta Batista Braga e Maria de Nazaré de Oliveira Fraga.
Estas
são investigadoras por demais conhecidas e conceituadas na comunidade
científica do Ceará e do Brasil, haja vista sua constante participação nos
diversos eventos de elevado nível, tendo por tema a Enfermagem e suas ligações
estreitas, bem como na orientação de teses, dissertações e estudos aprofundados
na qualidade de componentes de bancas examinadoras deste Estado e em várias
academias do País.
A
matéria de que os escritores se ocuparam neste volume é discussão que sucede
internacionalmente, porquanto as relações de várias ordens comportam, não apenas,
intercâmbios disciplinares, mas também reclamam reflexões cada vez mais
profundas e solicitam a reunião plural de ideias, a fim de que se estabeleçam
lineamentos sempre bem adequados para administração do ensino e exercício da
arte-ciência da Enfermagem, na seara da prática, nos domicílios, hospitais,
instituições-dia e similares.
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