quinta-feira, 7 de setembro de 2017

CRÔNICA - O Rei Xerxes do Cerrado (HE)


O REI XERXES DO CERRADO
Humberto Ellery*



A história de Leônidas na defesa de sua querida Esparta, quando, às portas do Estreito das Termópilas enfrentou o Rei Xerxes, que o atacou com um numero quase mil vezes superior de soldados, é bem conhecida de todos os brasileiros, principalmente depois da espetacular performance do Rodrigo Santoro no cinema encarnando o heroico general.


Ao se deparar com aquele diminuto exército, o Rei persa, arrogante, ordenou que os gregos se rendessem e entregassem suas armas. Leônidas respondeu: “Venha buscá-las”.

Xerxes então ameaçou: “Enquanto houver bambu haverá flechas”. Não! Vixe Maria, tô misturando as histórias. A ameaça foi: “Nossas flechas serão tão numerosas que irão obscurecer o sol”, ao que o valente Leônidas retrucou: “Melhor, combateremos à sombra”.

Miseravelmente apareceu na história um traidor, Efialtes. Na calada da noite guiou Xerxes pelo “caminho das pedras” e então conseguiu surpreender Leônidas pela retaguarda e destruiu os destemidos espartanos.

Mas é pouco conhecida a história de Xerxes quando ele precisou atravessar o estreito do Helesponto, no Mar Negro, justamente para invadir a Grécia. Para transpor o braço de mar ordenou a seus engenheiros que construíssem uma ponte gigantesca apoiada sobre flutuadores (técnica utilizada até hoje).

Concluída a espetacular obra de engenharia, quando suas tropas se preparavam para a travessia, o mar se agitou em meio a uma violenta tempestade que destruiu completamente a formidável estrutura. Irritadíssimo, Xerxes condenou seus engenheiros à morte e sentenciou que ao Mar Negro fossem aplicadas trezentas chibatadas como castigo por sua indisciplina.


O Xerxes do Cerrado também está irritadíssimo, primeiro porque não apareceu nenhum Efialtes para trair o Temer, que continuou “com muita serenidade” à frente de suas tropas, guarnecendo a entrada do seu estreito das Termópilas, trabalhando para colocar o trem de novo sobre os trilhos, sem medo de suas flechas de bambu (que nem encobriram o sol).


Agora surgiu uma forte tempestade, em forma de gravação, que destruiu completamente toda a sua exuberante pantomima, e levou de roldão o pouco que ainda restava de sua reputação. Como dizem aqui no Ceará: Lascou-se, negão!

Só resta agora dar trezentas chibatadas nos seus cúmplices da JBS, mais o Miller e o Fachin, e rezar pra não aparecer nenhum Themístocles disposto a destruir sua frota em Salamina.


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