DELAÇÃO PREMIADA
(Segunda Fase)
Reginaldo Vasconcelos*
Delato ainda as políticas de governo que vêm sucateando as Forças Armadas, reduzindo suas
verbas e desprestigiando os seus componentes. Aliás, grande economia se faria
com segurança e saúde públicas se todo o universo de adolescentes do País fosse compulsoriamente submetido ao
serviço militar durante três anos, entre os 15 e os 18.
Nos
quarteis os jovens conheceriam a disciplina, teriam noções de civismo, e
tomariam consciência da cidadania e do dever patriótico, ganhando formação
digna e canalizando as energias para o estudo, o trabalho e a prática de esportes, e para os demais valores
nacionais – em detrimento do ócio deletério, das exacerbadas paixões futebolísticas, da formação
de gangues territoriais, do consumo de drogas, do pichamento de bens públicos e privados, de outras formas de delinquência juvenil.
Entra
ainda na minha delação a pós-mentira presentemente consagrada e politicamente
incorreta, segundo a qual a pessoa tenha a prerrogativa de escolher o sexo
gamético a que pertence, assumindo uma “identidade social de gênero”, ainda que
divergente de sua anatomia natural. Ora, o gênero a que todos pertencemos é o
gênero humano, e o sexo de cada um é aquele que a biologia definiu, o mesmo que
o obstetra informa à mãe gestante: “é homem”; “é mulher”.
Por exemplo, o grande astrônomo alemão seiscentista Johannes Kepler se identificava com os
caninos, chegando mesmo a latir para estranhos e uivar para a lua cheia. Analogicamente, uns e outros podem se sentir homem ou mulher, e se comportarem como
tal, sem que o sejam realmente, sem demérito e sem reproche. Vive la libertè! Mas ninguém tem o direito de invadir o sexo oposto, e achar que convence o mundo do que não é, na presunção de que a vontade vença a lógica. Não. Vive la
diference.
Enfim,
delato os teóricos socialistas que, no seu devaneio ideológico, jamais se
imaginam como meros integrantes da comuna, mas somente como destacados ícones
das hostes, guardando para si os devidos privilégios dos déspotas. Isso porque os homens nascem para competir, se diferenciar e prosperar, não para se igualar e dividir de forma gratuita o que conquistam honestamente.
Já as suas massas de manobra aspiram sempre a um nivelamento por
cima, dividindo consigo a patrimônio dos mais ricos – nunca descer do padrão
econômico habitual para socializar a pobreza e a miséria – denunciando assim, no seu âmago, a ideologia da inveja.
A
última delação que faço cita tacitamente toda a política eleitoral, revelando que
a corrupção é a mola propulsora da República, como também declarou Nelma Kodama, doleira presa pela Operação Lava
Jato. Ninguém contrata com o Governo, em suas três esferas, sem “molhar a mão”
de alguém – salvo os casos de que não se tenham provas – esse é um grande segredo de polichinelo.
Veremos
ao final da grande devassa federal da Lava Jato que são raríssimas exceções os que vão para a política para servir
ao povo e representa-lo com altruísmo e honestidade, pois a grande
maioria se candidata e se elege para se locupletar do poder estatal e dos dinheiros públicos.
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