segunda-feira, 13 de março de 2017

APRECIAÇÃO LITERÁRIA - Visão Acerca de Um Modo de Ver (AG)


VISÃO ACERCA DE UM MODO DE VER
(Apreciação Literária e Filosófico-Científica)
Aloísio Gurgel do Amaral Jr.*


       
Conforme expressou o diplomata Márcio Catunda, “brilha como ouro de Ofir em escrutínio de ébano” a leitura do artigo Metáfora Distinta, do confrade Vianney Mesquita, acadêmico-titular das Academias Cearense da Língua Portuguesa e Cearense de Literatura e Jornalismo, árcade novo (fundador) da Arcádia Nova Palmaciana (Palmam qui meruit ferat).

Leveza e profundidade ali caminham de mãos dadas em assunto de crítica à Filosofia da Ciência. E esse tema – sabe-se – é de elaboração dificílima.

Ele desenha no ar, no entanto, a paisagem precisa – esgrimindo com perfeição o pincel kantiano, tal bóreas condutor do tempo invernal – e nos dota de certeza quanto à necessidade da descodificação d’O Elefante e os Cegos. Buscassem Anchieta Esmeraldo Barreto e Rui Verlaine Moreira (os responsáveis por essa aventura filosófico-científica) o abono de outra pena, não teriam encontrado melhor fiança.

Poucos, muito poucos, laboram crítica ao fazer epistemológico com a proficiência do Literato sob comentário. Na seleta por ele glosada, estão Bertrand Russel, Freeman Dyson, Richard Dawkins e Karl Popper. É por aí que se nivela nosso consócio Vianney Mesquita, na condição de lapidador do diamante ao modo de ideias.

Irresistível, rendi-me à sedução da crítica e mergulhei fundo na leitura d’O Elefante e os Cegos, cujo exemplar me chegou às mãos por uma das autoras, a professora doutora Telga Persivo, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, brilhante aluna do Curso de Pós-Graduação em Processo Civil na Universidade de Fortaleza. A cada artigo da coletânea, me reenviei às palavras do colega acadêmico Vianney Mesquita e comprovei que, mesmo em terrenos mais áridos, nos quais se cobra o máximo rigor, a pincelada de um mestre estabelece o diverso.

A leitura da leitura nesse autor é – e sempre será – ampliação hermenêutica, descoberta de códigos de acesso até então escondidos bem abaixo dos nossos olhos, reconstituição do pensamento conduzida pelas mãos de Fídias, transcendência de que carece toda obra que se proponha à dignidade de uma apreciação valiosa.

Por todas essas razões, a abonação do Autor de Nuntia Morata representa um leia-se, cuja imperatividade conduz a mente ávida a um passeio às ubérrimas pradarias do conhecimento e aos campos multicoloridos da estética literária.
             
       
*Aloísio Gurgel do Amaral Jr.
é magistrado, docente universitário e escritor.
Titular da Academia Cearense
de Literatura e Jornalismo.

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