domingo, 23 de junho de 2019

POEMA - O Tédio da Libélula (AA)


O Tédio da Libélula
Alana Alencar*


Dependurada sobre o equilíbrio do vento apega-se ao tempo de, em meio ao balé trepidante das asas, ter interrompido o folheado das páginas por olhos de felino.

Anseia, no desafio de voar oculta, o fim do imperioso tédio e cria, predadora do medo, o receio indiscreto de não flutuar sobre as cores.


Náiade, selvagem, única... deflagra-se leve. E absurdamente leve contrasta o eterno enfado.

E o mundo, num arsenal de jardins de raso valor, realça a translúcida pele... e esbarra na incansável espera.



2 comentários:

  1. É muito bela a imagem escrita que você descreve "absurdamente leve contrasta o eterno enfado"

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  2. Muito bom o contraste entre a leveza e o tédio... lindo Alana!

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