CHUVAS
Cássio Borges*
Algumas pessoas me perguntam se eu considero acertada
a previsão que fiz, através da coluna do jornalista Paulo Cesar Norões, do
Diário do Nordeste, na edição do dia 22 de dezembro de 2016, de que “no próximo ano teríamos
chuvas na média ou acima da média” em nossa região.
Na realidade,
tivemos chuvas acima da média nos meses de fevereiro e março. Em abril, as
chuvas ficaram 37,8% abaixo da média histórica para este mês, porém
praticamente igual ao mês de fevereiro, que foi de 118,6 milímetros.
Embora se tenha tido este registro negativo em abril, o escorrimento superficial (run-off)
nesse mês foi relativamente bom, o suficiente para encher os 28.195
corpos d’água (lagoas, lagos, barreiros e pequenos açudes) que irão abastecer
toda a população cearense nos mais distantes rincões dos sertões
cearenses.
Como as chuvas foram bem distribuídas nestes três
meses, deveremos ter também uma excelente safra agrícola, como já vem sendo
anunciado pela mídia. Os Açudes Orós e Castanhão receberam 155
milhões de m³ de água até aqui, sem considerarmos os açudes da Região
Metropolitana de Fortaleza.
Assim, é possível que este volume d’água, bem
administrado, possa chegar até o final deste ano, sem desabastecimento para a
capital cearense, que era o grande temor que se tinha. Finalmente, registro que
o aporte de água este ano, até o presente, para os referidos reservatórios, foi
inferior ao volume d’água exportado pelo Ceará para o exterior nestes
últimos cinco anos pelo Porto do Pecém, que estimo ser da ordem de
400 milhões de m³. Para se ter uma ideia, para produzir um quilo de melão
são necessários 500 litros de água. Ou seja, para cada quilo de melão
exportado, cerca de 500 litros de água é exportado para o exterior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário