NA
JUSTIÇA
OU NAS URNAS
OU NAS URNAS
Humberto Ellery*
Nada me dá mais prazer do que, depois de
manifestar minha opinião sobre qualquer assunto, assistir a uma
autoridade naquele assunto manifestar-se da mesma forma que eu fizera. Principalmente
se essa autoridade está em posição do espectro ideológico diferente da minha.
A propósito da classificação, pra mim muito
tola, de Direita X Esquerda (o espectro político-doutrinário é muito amplo,
complexo e matizado para me posicionar. Sei que não sou de Esquerda, seria eu
de Direita? Não sei, não me preocupo, nem aceito rótulos).
O fato é que o brilhante sociólogo, este sim,
assumidamente de esquerda, Demétrio Magnoli, em sua coluna de hoje (6/4/17) na
Gazeta do Povo, pede ao Juiz Sérgio Moro que ande bem devagar, use toda a
famosa lentidão do Judiciário, para não prender já o Lula, de modo a permitir-lhe
disputar as Eleições de 2018, a fim de que possamos derrotá-lo nas urnas.
No dia 19 de Março, três semanas atrás, eu defendi
este mesmo ponto de vista, afirmando que a estaca que devemos cravar no coração
do vampiro será derrotá-lo nas urnas. Dei ao post o título de “A Prova
das Urnas”. O Rodrigo Constantino discorda, não quer correr o risco. Eu só
tenho medo de ter medo!
COMENTÁRIO:
O dilema de prender
o Lula, ou derrotá-lo nas urnas é uma repetição da dúvida existente em 2005 que
surgiu em decorrência do escândalo do Mensalão: impeachment de Lula de
Lula ou deixa-lo sangrar até as eleições de 2006? Escolheram vê-lo sangrar,
e a opção foi péssima.
Esse episódio está
tratado no livro “A Imprensa X Lula, Golpe ou Sangramento”, de autoria de
Antônio Barbosa Filho, da All Print Editora.
Fico com o Rodrigo
Constantino: não dá para acreditar que o PT possa entrar numa disputa baseado
em métodos lícitos de fazer campanha e de lisura em eleição. A última eleição
foi uma prova disso.
Como o PT não tem
plano B, a prisão e a consequente impossibilidade da candidatura de Lula,
me lembra o título do artigo de Valério Arcary, escrito em 16/08/2005: “O dia em que o PT morreu: Quando nem os fins
nem os meios justificam”.
José Augusto Câmara
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