sábado, 8 de abril de 2017

ARTIGO - Na Justiça ou nas Urnas (HE)


NA JUSTIÇA 
OU NAS URNAS
Humberto Ellery*


Nada me dá mais prazer do que, depois de manifestar minha opinião sobre qualquer assunto, assistir  a uma autoridade naquele assunto manifestar-se da mesma forma que eu fizera. Principalmente se essa autoridade está em posição do espectro ideológico diferente da minha.

A propósito da classificação, pra mim muito tola, de Direita X Esquerda (o espectro político-doutrinário é muito amplo, complexo e matizado para me posicionar. Sei que não sou de Esquerda, seria eu de Direita? Não sei,  não me preocupo, nem aceito rótulos).

O fato é que o brilhante sociólogo, este sim, assumidamente de esquerda, Demétrio Magnoli, em sua coluna de hoje (6/4/17) na Gazeta do Povo, pede ao Juiz Sérgio Moro que ande bem devagar, use toda a famosa lentidão do Judiciário, para não prender já o Lula, de modo a permitir-lhe  disputar as Eleições de 2018, a fim de que possamos derrotá-lo nas urnas.

No dia 19 de Março, três semanas atrás, eu defendi este mesmo ponto de vista, afirmando que a estaca que devemos cravar no coração do vampiro será derrotá-lo nas urnas. Dei ao post o título de “A Prova das Urnas”. O Rodrigo Constantino discorda, não quer correr o risco. Eu só tenho medo de ter medo!





COMENTÁRIO:

O dilema de prender o Lula, ou derrotá-lo nas urnas é uma repetição da dúvida existente em 2005 que surgiu em decorrência do escândalo do Mensalão: impeachment de Lula de Lula ou deixa-lo sangrar até as eleições de 2006? Escolheram vê-lo sangrar, e a opção foi péssima.

Esse episódio está tratado no livro “A Imprensa X Lula, Golpe ou Sangramento, de autoria de Antônio Barbosa Filho, da All Print Editora.

Fico com o Rodrigo Constantino: não dá para acreditar que o PT possa entrar numa disputa baseado em métodos lícitos de fazer campanha e de lisura em eleição. A última eleição foi uma prova disso.

Como o PT não tem plano B, a prisão e a consequente impossibilidade da candidatura de Lula, me lembra o  título do artigo de Valério Arcary, escrito em 16/08/2005: “O dia em que o PT morreu: Quando nem os fins nem os meios justificam”.

José Augusto Câmara

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