quinta-feira, 13 de abril de 2017

ENSAIO - A Gente no Lugar de Eu (VM)



A GENTE NO LUGAR DE EU,
NÓS, SE, NINGUÉM ETC.
Efeito Síncrono-Diacrônico,
Desleixo Elocutório ou
Emprego Inocente?
Vianney Mesquita*


A língua é uma cidade para cuja construção cada ente humano contribuiu com uma pedra. (EMERSON, Ralph Waldo). (1985-v2, p. 295).



RESUMO. Procura-se demonstrar e critica-se a aplicação fenomenicamente exagerada, no Brasil, em todos os quadrantes de fala e nalguns de escrita, do sestro frasal A Gente, fora de sua acepção coloquial. Em pesquisa direta, foram eleitos e ouvidos, em uma capital de Estado do NE brasileiro (março-2017), quatro grupos mensageiros de propagação coletiva – uma emissora de rádio comercial e uma radiodifusora acadêmica, duas de TV, sendo uma de Universidade, acessados por via eletrônica; e, em Fortaleza-CE, uma homilia de Missa da Igreja Católica Romana. Em 131 minutos de audiência dos segmentos investigados, detectaram-se 90 emissões de A Gente, das quais 81 com aplicação incorreta e poucos substitutivos do conjunto vocabular sob exame – Eu, Nós Se, Ninguém – ressaltando-se o fato de a emissora radiofônica universitária não haver emitido, uma vez só, a dição ora estudada com o aguardado e necessário apuro. Restaram investigadas as possíveis razões dessa assiduidade elocutória, superabundante e maléfica, com probabilidade de assento em efeito sincrônico-diacrônico (antes do experimento efetivado) e/ou incúria e ingenuidade idiomática. Concluiu-se pelo absoluto descuido em relação às regras da Língua Portuguesa, nomeadamente na ambiência culta e nos veículos para difusão maciça, levemente amortecido pela inocência dos falantes/escreventes, por míngua de escolaridade. Não há, também, tirante melhor juízo, efeito sincrônico-diacrônico, mas mero desatendimento às normas específicas.





Para ler a íntegra, acione do link abaixo.

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