A
BÍBLIA E O SOCIALISMO
Humberto
Ellery*
2 No deserto,
toda a comunidade de Israel reclamou a Moisés e Arão. 3 Disseram-lhes os israelitas: quem dera a mão
do Senhor nos tivesse Matado no Egito! Lá nos sentávamos ao redor das panelas
de carne e comíamos pão à vontade, mas vocês nos trouxeram a este deserto Para
fazer morrer de fome toda esta multidão. (Êxodo, 16 : 2,3)
A Bíblia não é um livro de História, tampouco
é um livro de Ciências; nela não se busque epistemologia, pois nada se
encontrará que trate dos limites ou etapas do conhecimento humano. A Bíblia é
simplesmente um livro de fé! Só tudo isso. No entanto impressiona-me a
quantidade incrível de respostas que ela me dá, sobre qualquer assunto.
Há já algum tempo que venho estudando
exaustivamente sobre um fenômeno que me deixa curioso, e que pode ser resumido
em uma pergunta: O que leva um intelectual bem dotado, com quase cem bilhões de
neurônios, estudioso, culto, viajado, bem informado, sadio física e
emocionalmente, bom-caráter, resolvido econômica e financeiramente, capaz de
elaborar raciocínios sofisticados e complexos a assumir o Comunismo como a
ideologia salvadora da Humanidade?
Raymond Aron, no seu provocativo “O Ópio dos
Intelectuais” (que no Brasil saiu como “Mitos e Homens”), fez um exaustivo
trabalho para expor como é o comunismo, segundo ele “uma versão
aviltada da mensagem cristã”, mas apenas arranhou o por quê dos
intelectuais se deixarem seduzir por uma ideologia tão estúpida.
Um intelectual com doutorado em Psicologia,
Sociologia, Antropologia (tudo isso em um mesmo cérebro), como pode querer que
funcione um sistema que tem em seu DNA a morte da Liberdade: “Extrair de cada qual segundo sua capacidade, e dar a cada qual segundo sua
necessidade” Nem o Anarquista Proudhom (“toda propriedade é um roubo”) aceitaria essa dominação, pois
afirmou: “quem botar as mãos sobre mim,
para me governar, é um usurpador, um tirano. Eu o declaro meu inimigo!”.
Como pode um Economista, com Phd e pós
doutorado encontrar alguma consistência, alguma racionalidade econômica num
sistema que não tem como estabelecer sequer os cálculos dos preços? A Teoria do
Valor-Trabalho, de Karl Marx, foi simplesmente esmigalhada por Böhm-Bowerk.
Aliás, a Escola Austríaca (de que o político
cearense Ciro Ferreira Gomes declarou nunca ouviu falar), onde pontificaram
também Hayek e Von Mises, fez picadinho (por sinal, indigesto) das estupidezes
de Karl.
O Psiquiatra polonês Andrzej Lobaczewski mergulhou
mais fundo na questão. Criou inclusive uma nova área de estudos psicológicos, a
Ponerologia (estudo da maldade) e explicou como os psicopatas assumem o poder,
e fundam a Patocracia. Tudo bem, se estamos falando de Lenin, Stálin, Mao, Pol
Pot, Fidel, Dirceu, Lula, Chaves, e outros criminosos, mas eu estou tentando
entender pessoas que, pelo menos eu julgo, sadias.
A explicação está na grande quantidade de
pessoas que, de bom grado, trocam sua liberdade por uma panela de carne e pão à
vontade. Mas e os intelectuais? Ora, eles serão os Faraós, ou farão parte da
sua corte, a Nomenklatura, pois o trabalho pesado ficará com os
escravos, ou proletários.
Eu prefiro queimar a sola dos pés caminhando,
durante quarenta anos, sobre as areias escaldantes do deserto pela minha
Liberdade, em busca de Canaã. Mesmo que eu não consiga chegar lá, como Moisés.
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