terça-feira, 9 de junho de 2015

CRÔNICA (VM)

AULA DE SOBRIEDADE:
Profs. Drs. Henry Holanda Campos e Custódio Luís A. Lima
Vianney Mesquita*



Homem comedido, resposta branda. (Provérbio Inglês).


Com verdadeiro sentimento de orgulho e impressão de civilidade, tomei parte, hoje pela manhã (08.06.2015) – e pela vez primeira com tal grandeza e autêntica cidadania, desde que adentrei a Universidade em 1978  da exposição com posterior debate acerca das metas dos atuais postulantes aos múnus de reitor e vice-reitor da Universidade Federal do Ceará, para os próximos quatro anos.

O Auditório Castello Branco excedeu sua capacidade de acolher assistentes sentados, representando docentes e servidores técnico-administrativos da Reitoria, pró-reitorias, Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura e demais unidades administrativas do Benfica.  Admiravelmente, todos se alinharam, em matéria de urbanidade, aos dois aspirantes a lugares tão nobres e não menos espinhosos, mormente numa quadra de tamanhos embaraços ora percorrida pela Nação e com probabilidade de exacerbar-se, haja vista a crise que se lhe abateu, em decorrência de contingências políticas e dos enormes alcances financeiros em vários de seus organismos e cuja ascensão resta bem difícil de conter.

De antemão, louvem-se em relação aos dois mestres de nomeada nacional – Prof. Henry e Professor Custódio – circunstâncias absolutamente relevantes: uma assenta no fato de que, malgrado se arrostar uma fase custosa, então experimentada pelo País, e estando a Universidade com autonomia constitucional por demais abalada, em parte vedada de ter curso a pleno emprego – em virtude, entre outros pretextos, da atuação necessária, mas impediente, dos órgãos de controle – mesmo assim, eles se dispõem ao sacrifício desmedido de administrá-la. 

Tal vai suceder não apenas sob o prisma acadêmico, mas, também e principalmente, em toda a imensidade de sua extensão, é evidente, com enormes prejuízos pessoais e familiares, bem assim trazendo implicações na própria vida acadêmica na qualidade de docentes, pesquisadores e extensionistas que são, a qual restará danificada em razão do tempo, sempre muito além-expediente, que lhes será exigido.

Em segundo lugar  quem sabe, até em consequência da primeira situação aventada – bem que eles, caso não se revestissem de tanta responsabilidade, não teriam promovido esses encontros, pois poderiam ter permanecido na região da comodidade, onde está postada a quase totalidade dos professores universitários, que não largam suas salas de aula, laboratórios e campos de prova para adentrar a custosa tarefa da gestão de conflitos, paulificantes idas e vindas semanais a Brasília tratar com burocratas e, às vezes, até com chefetes comissionados e “importantes” de quarto ou quinto escalões, comprometidos com seus “patrões” partidários, a fim de dar vazão à normalidade da existência universitária.

Sem dúvida, pois, o fato de ultrapassarem os dois estados ora comentados – entendo – os conduz à glória, de modo que eles são merecedores dos maiores elogios e fazem jus à atenção dos segmentos da Instituição que vão, certamente, comparecer às urnas que recepcionarão as intenções de voto.

Uma vez que tomaram esta decisão, agora estão em curto lapso de campanha, até a escolha para homologação do Conselho Universitário, a fim de lhes ser dado oferecer à comunidade acadêmica desta enorme U.F.C. – em tamanho e conquistas – a certeza de que vão militar para que nossa Academia possa obter os desígnios esperados por sua sociedade. 

Estes, todos o sabem, são configurados na crescente ministração de ensino e extensão comunitária, num consolidado, nas regiões mais progressistas do Ceará, de escolas, faculdades e unidades assemelhadas, com vistas à sempre melhor promoção do preparo profissional e científico de pessoal superior, bem como, em especial, de efetivação das alentadas investigações teóricas nos mais relevantes setores do conhecimento ordenado – humanístico, tecnológico e artístico – e a consequente propagação de seus resultados a um contingente científico sempre mais ampliado.

O Professor Doutor Henry de Holanda Campos – que tive a satisfação de conhecer mais proximamente no tempo da Campanha “Quem ama doa” (doação de rins), sob o reitorado do Prof. Dr. Hélio Leite, quando fui chefe do gabinete, e cuja rota administrativo-acadêmica eu acompanho sem intermitências – se houve com uma simplicidade impressionante na sessão objeto deste comentário. 

Sua serenidade incutiu segurança e firmeza nos assistentes-participantes, os quais (disso guardo a certeza) saíram dali convencidos dos seus elevados propósitos, nomeadamente – e foi este o ponto fulcral do encontro – no concernente às relações entre as autoridades universitárias e os que as demandam para resolução de assuntos. Sua ampla e positiva história na Administração da UFC, por exemplo, nos oito anos como Diretor da nossa Faculdade de Medicina, na qualidade de vice-reitor e, agora, reitor, na ida, para a SESu, do Prof. Jesualdo Pereira Farias, confere-lhe o atestado de excepcional administrador, sem deixar de ser o médico-cientista-pesquisador de que qualquer instituição se orgulha, motivo por que, não ostento qualquer vacilação, detém os cem por cento dos predicados de um excepcional reitor.

Já em relação ao Prof. Dr. Custódio, pretendente ao cargo de vice, conquanto jamais haja com ele travado relações acadêmicas nem professorais, do longe aprecio seus caminhos, e, também, até por via de opiniões de colegas seus de administração com os quais mantenho estreitas relações acadêmicas e de amizade. Com efeito, não me surpreenderam, absolutamente, suas posições firmes, o conhecimento profundo que tem da Universidade, da qual é administrador há longo tempo, tal como o Dr. Henry, o discurso digno de um intelectual forjado numa instituição de qualidade, como nossa U.F.C., e, enfim, o fato de ele haver concedido à assistência, a igual do ocorrente com o Postulante a reitor, a convicção de  conhecer o que diz, motivo pelo qual sabe também o que vai fazer.

Salvante pequenos senões, consequentes da heterogeneidade das pessoas, fiquei deveras surpreendido – e orgulhoso da U.F.C. – com o comportamento elevadamente polido do Auditório, fato denotativo de que já habitamos o Primeiro Mundo da cortesia, da urbanidade e agora envergamos o status de instituto  maior do ecúmeno universitário brasileiro.

Virtus unita fortior. Não há engano: Virtude unida é mais forte!

*João VIANNEY Campos de MESQUITA é Prof. Adjunto IV da UFC. Acadêmico Titular das Academias Cearense da Língua Portuguesa e Cearense de Literatura e Jornalismo. Escritor e jornalista. Árcade fundador da Arcádia Nova Palmaciana. Membro do Conselho Curador da Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura-FCPC-UFC.

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