SOBRE A ORIGEM
DOS NOSSOS INDÍGENAS
Reginaldo Vasconcelos*
Dentro do tema racial que Wilson Ibiapina
feriu eu seu artigo abaixo sobre os índios brasileiros, chama muita atenção no
mundo todo o caso dessa moça americana, Rachel Dolezal, que, sendo branca, se
fingia de negra, pelas mais nobres razões, já que visava se integrar, mais
confortavelmente, em ativismo antirracista. E foi desmascarada em sua farsa
pelos seus próprios pais.
Os pais de Rachel não são racistas, tanto
assim que no passado adotaram quatro crianças negras como filhas. O que os
moveu a denunciá-la foi a sua elevada consciência legalista, pois os incomodava
ver a filha incorrendo em flagrante e desnecessária falsidade ideológica.
Registre-se, antes de tudo, essa tendência
moderna de se legitimar – legal, social e até cirurgicamente – uma realidade
paralela sobre a condição original do indivíduo que resolver não ser aquilo
que, ao nascer, era de fato – e que biologicamente continuará a ser até a morte.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggflFTPlJOTyVZ-bLjKOlR78f6VKf4LcHZOQwpjvj9R_sBJ5EM3tCq8fVgl8LraenToTt8WJSkqZ0mFZ8vPl5FK9Rc_PsMst3_jIH53IqneZwfAsyflfP00PxhP15xOlHaIcBJxLEGEJxr/s200/GRA%25C3%2587A+E+BUIU0001.jpg)
Mas, a partir de então se torna
politicamente incorreta qualquer observação, qualquer especulação, qualquer mínima
referência à gritante diferença física na família. Instala-se uma irrealidade
genética intocável, um tabu, como um ridículo segredo de polichinelo. Tolice. Este cronista tem mulher indígena e filho negro, sem qualquer constrangimento em admiti-lo.
Por outro lado, tem-se entendido que
meninos que queiram ser tratados como meninas nas escolas devem sê-lo
incontinenti – sob pena de se presumir prática de boolling – isso sem que tenha havido mudança oficial de gênero no
registro civil da criança, ou operação de mudança de sexo que pelo menos aproxime a realidade
pretendida. Então, as pessoas se obrigam a ver pedra e fazer de contas que é
tijolo, praticando uma mentira social institucionalizada. Estranho.
Pior ocorre com os grandalhões de até
dezessete anos e onze meses de idade, que perante a legislação penal são
criancinhas inocentes que não sabem o que fazem, e portanto são inimputáveis –
quando consomem drogas, roubam, agridem, estupram e matam, não raro outros
meninos – e têm até o discernimento legalmente reconhecido para votar nas
eleições. Disparate.
Especialmente estranhável o caso da
referida americana branca que se passava por negra, porque inaugura uma tendência
inovadora. Até aqui acontecia muito o contrário, haja vista o cantor Michael
Jackson, que fez um sem número de operações plásticas e descoloriu a própria pele,
quimicamente, para adquirir feições de branco.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWBP5IgTKJgKPOm9N8fFmU_GwmR0T__YHhh_kV18IXCePeqLi5IcqPH_7gD6YnRzxc2EeX7J59teT502nrdxHQrm6bTPqsCcMwVI8dCoUczL-GqefwAg8niBgCpl9miu64c_oW9RQah5Kh/s1600/RA%25C3%2587A+III.jpg)
Mas, enfim, quero concluir acrescentando
informações científicas relevantes sobre a origem dos autóctones brasileiros,
abordados pelo confrade Wilson Ibiapina em seu excelente artigo abaixo, em que
trata da aparente descendência oriental dos nossos índios e apresenta uma industriosa teoria
livresca segundo a qual chineses componentes de uma esquadra exploratória do
Século XVI teriam trazido às Américas e deixado ali a sua genética.
Sem fugir da teoria cada vez mais aceita de
que tribos orientais tenham chegado ao continente americano na pré-história atravessando
o Estreito de Bering, seja por ocasião
de um glacial que congelou o mar, ou por navegação rudimentar, tenho lido que
os recentes estudos de DNA hão encontrado evidências espantosas.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjyq4lT5Q2LaLjDf-La_u_1JjjNQSDUg2X9ILhjZVs-wZpsAyTk4g1aa2Pk4hxTMlHBOLe-8TqMuBPnLkKOEmC0g5lZYBTk6nkE3aHPb740oEG2-6K8ScgiZhGfFMH5BGdAGcSMEq4wB32/s200/RA%25C3%2587A+II.jpg)
Designados simplesmente como “aborígenes
australianos”, os habitantes insulados daquela ilha continental têm cabelos
ulótricos, que funcionam como isolante térmico, narizes largos, para esfriar o
ar aspirado, e pele escura, para proteger da insolação, características semelhantes
às dos povos africanos.
Pois ossos antiquíssimos encontrados na América
e no território da atual China apresentaram simetria genética com os aborígenes
da Austrália, o que leva à conclusão de que eles foram hegemônicos no passado.
Tanto na China quanto nas Américas eles teriam sido atacados e exterminados por
mongóis em tempos pré-históricos, o que teria dado origem à etnia chinesa e às
populações bugres americanas. Por sinal, sabe-se hoje que a Muralha da China foi erguida na antiguidade para evitar novas invasões violentas da etnia de Genghis Khan, com seus exércitos equestres, contra as populações pacificadas.
Essa teoria é reforçada pelo fato de que os
mongóis, historicamente, foram povos muito andejos e guerreiros, crudelíssimos
com os seus adversários, enquanto os aborígenes australianos são inteiramente
pacíficos, infensos à cultura da beligerância, tão inofensivos quanto os
cangurus e os coalas. Remanesceram na Oceania porque ali os mongóis não os
alcançaram.
*Reginaldo Vasconcelos
Advogado e Jornalista
Titular da
Cadeira de nº 20 da ACLJ
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