sábado, 6 de junho de 2020

POEMA - Poiesis (AA).


Poiesis
Alana Alencar*

Minha estética completa a métrica da rima, como obra de casulo que alimenta a borboleta em cor... que como bicho-seda tece e fia o rigor na melodia da escrita.

Na paciência dessa estética mística, sem padrão, enquadro a tela que, opaca, 
espera a mágica do artista...

...como náufrago à deriva que delira terra à vista e empresta ao poema 
"toda sorte e direção".


Minha estética, efêmera, incita a desordem criativa... que ao ler-me em bula pelos, pele, pede à paisagem, fria, flores de um verão qualquer...

que presumida fêmea oscila entre o verbo e a lei que ostento... que, às avessas, carne crua, inspira em ato-alívio a impossibilidade de esquecer.

Minha estética, nobre, escancara a sílaba perdida... soletra ponto acento vírgula. Espera aflita. Geme estática... como Belchior, em ode, paira e delira, fartamente encaixa-se, 
estética de intensidade rara.



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