Saudades
do
Altemar
Aluísio Gurgel*
Era um fim de tarde, de um fim de ano do fim da década de setenta do século passado. O local? A Five Stars, marca do grupo Armazéns do Sul, no qual eu trabalhava como chefe do setor de decorações.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxEulIOJo6SIrL-O-3LJAUo5Pd_62rqSO1PcmDbllgsBfiqck8jQMXZwnSF-q7yqmMVDzcHJolON7Qx1vzH1aBm7_x_g6d2I6TtM65Q6sYKvRKnoSLib9t5KUo0D8S1BMeqGpSmMycreji/s320/altemar.jpg)
Em dado momento, ele chegou, postou seu estojo no palco e veio nos
cumprimentar. Vestia uma camisa com as mangas dobradas até os cotovelos, por
fora de uma calça jeans e um sapato social.
Perguntou pela campanha, tomou uma dose da nossa cachaça e disse
que precisava passar o som. No palco ali montado, abriu o estojo e dele tirou
uma Gibson ES 335 Sunburst, a guitarra dos meus sonhos.
Pensei de mim para mim: um foguete destes nas mãos de um
seresteiro... Quanto desperdício. Calmamente, ele se deixou envolver pela
correia, abraçou o instrumento e corrigiu a afinação “de ouvido”.
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