DUAS HISTÓRIAS COM O
PADRINHO MONTENEGRO
Totonho Laprovitera*
A primeira
Nos dias de festa da minha
infância, ele, funcionário do Banco do Brasil, presenteava-me com uma certa
quantia em notas de um cruzeiro. O bolo de dinheiro me enchia os olhos e me
fazia sentir rico.
Hoje, entendo que aquela
minha “riqueza” me valeu pela história que agora eu conto.
A segunda
Na tranquila Fortaleza de
Nossa Senhora da Assunção, no tempo em que as torcidas se misturavam no Estádio
Presidente Vargas, lembro do padrinho Braga Montenegro, trajando um bem
engomado “silaque” e torcendo pelo Ceará Sporting Club.
Quando se aborrecia com a
arbitragem, levantava-se da sua cadeira cativa e, de dedo em riste, fuzilava o
árbitro:
– “Larápio!”
Naquela época, as
desigualdades sociais eram menores e os torcedores mais educados, portanto, se
levava em conta o futebol abaixo da boa e saudável convivência de todos.
NOTA DO EDITOR
Joaquim Braga Montenegro
foi um literato autodidata nascido em Maranguape, que se notabilizou
principalmente como contista e crítico literário. Foi funcionário do Banco do
Brasil e Assessor da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. Publicou sete
livros, de vários gêneros, tendo ocupado a Cadeira de nº 5 da Academia Cearense
de Letras. Braga Montenegro morreu em 1979, aos 72 anos, de infarto cardíaco,
na Argentina, onde se tratava de mal de Parkinson.
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