SARAU DE POESIA
INVESTIDA AMAVIOSA
DE LIRISMO
O bardo Paulo Ximenes
conspirou com a poetisa Alana Girão por alguns dias, sob confessada
cumplicidade da confreira Karla Karenina, para tramarem com as forças líricas
do Universo e tomarem de assalto o sereno da Tenda Árabe – já fincando bandeira
e batizando o enclave de “Espaço Poético Ayrton Vasconcelos”.
Atacaram em plena noite
de domingo, armados de vinho e violão, para promoverem um sarau de poesia naquele
reduto mais íntimo da Embaixada da Cachaça, em que a Decúria da Academia se reúne
e delibera.
Integrava as hostes o
maestro Marcelo Melo do Quinteto Violado, com o pinho do lado e a sua Lúcia do
outro, comandando a artilharia cancioneira – música popular brasileira de
elevadíssima octanagem romântica, de Taiguara a Belchior, de Cartola a Djavan,
inclusive inefáveis músicas autorais inéditas, de parceria do próprio Marcelo
com as duas menestréis.
Camila Fernandes conduziu
ao convívio o jovem Gabriel Rubens, docemente compelido ao volovelismo declamatório
– e ele navegou e pousou com sucesso; Karla convocara a boa cantante Marta
Pinto, e Alana convidara a juíza Vera Maia, a qual, do alto de sua doce timidez,
desferiu dois poemas de seus livros, peças de grosso calibre amoroso.
Os poemas
de Sua Excelência esgrimiram com a ode sentimental de Paulo Ximenes, rapsódia
que não se pode dizer até o fim sem embargar a voz, nem ouvir inteira sem
enternecer o coração.
Na retaguarda das evoluções
de beleza o Frei Júlio Soares e o Bruxo Reginaldo Vasconcelos, ungindo a
noitada com os fluidos da serenidade e da ternura. Só o início da madrugada
pacificou as almas e arrefeceu as escaramuças.
Noite maravilhosa, a poesia tinha cor e cheiro.
ResponderExcluirLinda noite!!!
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