quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

ARTIGO - O Castigo Vem a Cavalo (RV)


O CASTIGO VEM A CAVALO
Reginaldo Vasconcelos*


A disrupção** está no Mundo! Principalmente no Brasil, onde se elegeu democraticamente um capitão da reserva do Exército à Presidência da República, que assim se tornou “Comandante em Chefe” das nossas Forças Armadas, passando a ter supremacia hierárquica sobre generais, almirantes e brigadeiros, subvertendo dessa maneira, de forma pacífica, legal e legítima, a rígida lógica militar.

E o novo Presidente não precisou de dinheiro e nem de tempo no horário gratuito de rádio e televisão na sua campanha eleitoral, que foi realizada gratuitamente pelas redes sociais, esnobando os concorrentes que fizeram despesas astronômicas, ginásticas jurídicas e alianças estranhas para obter essas vantagens – tendo sido ele esfaqueado por um sicário da oposição eu meio a comício, sendo obrigado a tomar posse ainda colostomizado.

Tendo seu líder maior condenado e preso, as esquerdas tentaram um “jeitinho brasileiro” para captar o sufrágio de seu imenso eleitorado, apresentando um candidato terceirizado, que afinal não tinha o necessário estofo político-administrativo, e que, após muito nadar, morreu na praia.

O Presidente disruptivo compôs o Ministério sob critérios eminentemente técnicos, sem conchavos com os partidos em troca de “governabilidade”, ao contrário do que vinha sendo feito desde sempre, nos ditos “governos de coalizão”.  

Ele e os novos Ministros, conforme compromissos assumidos em campanha, vêm “tratorando” as teses gramscinianas, que vinham sendo impostas à Nação ao longo dos últimos vinte anos. Seu desiderato é restaurar as tradições religiosas e morais do povo, reprimidas pela esquerda, em nome de um vanguardismo licencioso e depravado – além de restabelecer os padrões éticos regulares na vida pública, baseados na meritocracia, que haviam sido ideologicamente deformados.

A disrupção na política cearense se configura no ótimo governador reeleito, homem probo e altamente popular, bem sucedido nas suas políticas fiscais – mas que, no entanto, se mantém refém da sigla partidária a que pertence, a qual se encontra moralmente esfrangalhada em âmbito nacional, com grande parte de seus integrantes e aliados envolvidos em escândalos financeiros e sofrendo as consequentes ações penais, vários deles destituídos dos cargos ou rejeitados pelas urnas, muitos condenados e presos pela Justiça Federal. 

Em seu discurso de posse, o Governador fez menção honrosa a movimento social proscrito pelo novo aparato da política nacional – instituição apócrifa, sem personalidade jurídica, tecnicamente clandestina, sem lideranças constituídas e identificadas em documentos públicos e em atas registradas, com histórico de comportamento agressivo contra o direito de propriedade.

E, como se diz, “o castigo veio a cavalo”. Três dias depois ele teve o governo perturbado por grupos violentos, denominados “facções criminosas”, que estão barbarizando o Estado, de forma descontrolada, por dias seguidos, já entrando para a  segunda semana.

A esquerda vinha tolerando e afagando havia anos todos esses grupos marginais, ideologicamente tratados como pobres “vítimas do sistema”, chamados para acordos de boa convivência com o Poder Público, credores de um distorcido conceito de “direitos humanos”, que não se compadece das vítimas inocentes de suas condutas irregulares – postura administrativa que alimentou a impunidade e a desobediência civil, dando dimensão gigantesca ao crime organizado, levando ao absoluto descontrole do banditismo, que expõe a sociedade ao caos e à barbárie absoluta.  


**O termo “disruptivo” foi eleito a palavra do ano no Brasil em 2018, pelos critérios da ACLJ, a exemplo do que faz, em âmbito mundial, a universidade inglesa de Oxford, a qual pesquisa na Internet o vocábulo mais utilizado, tendo ela escolhido o palavra “tóxico” como a campeã no ano passado.

No nosso caso, buscamos a palavra nova – ou a que se tenha dado uma nova acepção – que melhor exprima a vida brasileira no período de abrangência. Disrupção, um neologismo com origem no idioma inglês (disruption), e a sua cognata “disruptivo”, ainda têm uso restrito entre altos executivos, e entre jornalistas políticos da televisão fechada, mas ela é a representação semântica perfeita de todas as muitas “rupturas” sociopolíticas aludidas e prometidas no último ano eleitoral.



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