sábado, 7 de outubro de 2017

SONETO DECASSILÁBICO PORTUGUÊS - Cemitério da Lido - 2 (MC-VM)


CEMITÉRIO DA LIDO – 2
(Veneza – Itália)
Márcio Catunda (tercetos)*
Vianney Mesquita (quartetos)**



A urbe fantasmal que ora demarco
Necrópole, icor seco do abscesso,
Carneiro anoso, aridez, sem charco,
A que óbito algum tem mais acesso.

Transitada do anímico decesso,
Quer de Veneza, Murano ou San Marco,
A turba inerte do eternal recesso
Já não tem os domínios de aristarco.

Na grandeza absconsa do Mistério,
Os mortos já não sentem o perfume
Do sândalo ardente no saltério.

São, porventura imagens do alto nume
E andam guardados pelo mesmo lume
Brilhante em ultrapasse ao cemitério.










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