CEMITÉRIO DA LIDO – 1
(Veneza – Itália)
Márcio Catunda (quartetos)*
Vianney Mesquita (tercetos)**
Num cemitério nada assoma ou medra
É tudo a indiferença duma pedra,
A muda língua a for dos absortos.
(Vianney Mesquita)
Velhos sepulcros de um mundo acabado,
Manchados pela química do tempo,
Um cemitério morto e desolado,
Que o passante despreza, desatento.
As sombras existentes de um passado
A quem teve esperança e desalento,
Neste triste recanto abandonado
Jazem defronte ao mar sem sentimento.
Já sem ciprestes nem grosnar cantores
Mármores, sequer jades, com escritos
E nos esquifes, ossário de atores
Do orbe libertino já proscritos
Da existência, não mais contendedores,
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