quarta-feira, 25 de outubro de 2017

SONETO DECASSILÁBICO PORTUGUÊS - Prudência (VM-MC)


PRUDÊNCIA
Vianney Mesquita (quartetos)*
Márcio Catunda (tercetos)**

Na inteireza da minha senescência,
Já terminei de armazenar enganos.
Guardo na mais esconsa advertência
A irrealização de certos planos.




Nesta quadra vital, tomo tenência
De, doravante, não me tornar lhano
Aos pruridos joviais da incontinência
Conducentes à nau dos desenganos.

Excessos não cometo, por prudência.
Pois é o corpo acusador libelo
A instalar seu processo na consciência.



Mas inda sei admirar o belo
E me não cansa demandar a ciência,
Se por estas virtudes me desvelo.









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