sexta-feira, 27 de outubro de 2017

ARTIGO - Cristina (G)Lobo (HE)


CRISTIANA (G)LOBO
Humberto Ellery*



A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), tendo à frente o empresário Beto Studart, tem um interessante programa chamado “Ideias em Debate”, que todo mês traz para debater com os empresários cearenses grandes nomes da Política, do Jornalismo, da Economia e da Cultura.

Assim é que já participamos de debates com pessoas do mais alto nível como Ricardo Amorim, William Waack, Carlos Alberto Sardenberg, e até intelectuais de quem discordo de certos posicionamentos, como Leandro Karnal, mas que respeito, pelo talento de expor com clareza e competência seus pontos de vista.

Uma das últimas personalidades que vieram participar foi a jornalista da Globo News, Cristiana Lobo. Não sei quanto a FIEC pagou pela conferência, mas tenho certeza de uma coisa. Foi caro. Aliás, caríssimo.

Então eu esperava que uma profissional tão bem relacionada em Brasília traria para nós informações “quentinhas” dos bastidores do Poder, mostraria cenários possíveis e desdobramentos prováveis da crise política que vivenciamos, no entanto foram quase duas horas dizendo platitudes e tautologias. Como diria Delfim Netto, ela trouxe ideias boas e novas. Pena que as boas não eram novas, e as novas não eram boas.

Esta semana que está passando, discutiu-se a Portaria 1.129 do Ministério do Trabalho, que aperfeiçoa e estabelece critérios mais objetivos na definição do que é “trabalho análogo à escravidão”, retirando dos fiscais o poder discricionário de fiscalizar utilizando critérios subjetivos e sujeitos a interpretações estapafúrdias.

Seguindo o que gritam petistas e demais “esquerdopatas”, repercutidos pela Rede Globo, no sentido de que a Portaria favoreceria a prática desse crime, a simpática jornalista afirmou que a publicação da Portaria se dera para fazer um afago à bancada ruralista da Câmara dos Deputados, visando granjear votos contra a denúncia do Ministério Público (finalmente sobrestada).

Pode até ser, mas o complemento da afirmação foi o que me espantou. A jovem jornalista disse com todas as letras que o Presidente Temer assim agira por ser um governo fraco, conservador e sem agenda.

Não vou contestar o termo conservador porque ela não explicitou o que entende por Conservadorismo, e hoje existe muita confusão na definição do que isso venha a ser.

Governo impopular, tudo bem, mas chamar de fraco um governo que “passou” no Congresso tudo o que mandou para votação, e considerando ainda que eram propostas altamente polêmicas como a PEC 241, que estabeleceu um teto para os gastos públicos; a reforma do Ensino Médio; o projeto de lei da terceirização; a lei do pré-sal; a lei da infraestrutura; a reforma trabalhista (desmontando a estupidez da CLT); o fim do imposto sindical; a lei das estatais; a transformação da TJLP em TLP.

E não passaram ainda as reformas previdenciária e  tributária por causa do tumulto, adrede preparado pelo Procurador-Geral Rodrigo Janot. Este gerou, cavilosamente, uma crise de proporções gigantescas que Temer, de forma equilibrada e paciente, está cavalgando, e vai domar rapidamente, para desespero dos petistas.

Na área econômica o Governo Temer derrubou a inflação em mais de 7 pontos percentuais, e a danada já se encontra em civilizados 2,5%; a Selic continua descendo de maneira equilibrada e constante, pois saiu de 14,25% e já chegou ao patamar de 7,5%, e tudo isso com o câmbio livre e bem comportado.

A produção industrial subiu 11%; a produção de veículos subiu inacreditáveis 50%; a produção de grãos 32%; o índice Ibovespa não para de bater recordes históricos, e já ultrapassou a marca espetacular de 75 mil pontos; o crescimento do PIB, medido lá do buraco onde a Dilma nos meteu, até aqui fora aonde o governo Temer nos trouxe, subiu mais de 6%.

O saldo da balança comercial cresceu estonteantes 150% – isso levando em conta que as importações cresceram 82%, mas as exportações chegaram a 100% de crescimento; a massa salarial cresceu 2,3% e o consumo das famílias começou a crescer, e já se encontra em modestos mas seguros 1,2% de aumento.

O saldo médio positivo entre demissões e admissões de mão de obra empregada já está em 600 mil por mês, o que ainda é pouco, mas, considerando o descalabro que a Dilma nos legou, é uma tendência de crescimento a ser comemorada.

Diante desse cenário, dizer que o Presidente Temer não tem uma agenda de governo, é preciso acreditar que tudo isso aconteceu por “geração espontânea” – tudo por acaso. Vou sugerir ao Temer que ele adote como lema de seu governo aquela música dos Titãs: “O acaso vai me proteger, enquanto eu andar distraído...”. 

A propósito dessa polêmica sobre a Portaria 1.129 MT, sobre a qual a mídia engajada no “Projeto Fora Temer” está dizendo mentiras aos borbotões, estou preparando um texto bem pesquisado e fundamentado a respeito.

Além disso, como não apareceu ainda um grande nome da Economia para explicar o alcance benéfico (embora de maturação muito lenta, que se dará ao longo dos próximos cinco anos) da substituição da TJLP pela TLP, eu, mesmo não sendo economista, vou meter meu bedelho para mostrar que mudança maravilhosa advirá do que parece ser apenas uma simples troca de letrinhas.

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