Posse
na Arcádia Nova Palmaciana
Palmam qui Meruit Ferat
Dia 27.08.2016
No
último sábado, sob a Presidência do árcade novo Eládio Dionísio, cujo nome no
século é o do administrador de empresas Dr. Fernão de la Roche d’Andrade
Sampaio, teve curso a sessão solene de instalação e posse da primeira
composição da Arcádia Nova Palmaciana, fundada em 6 de fevereiro de 2015.
A
Arcádia, com original denominação, diferentemente do nome Academia, foi inspirada pelo acadêmico-emérito-titular acelejano
Vianney Mesquita (árcade Jovem Chronos),
o qual se ajuntou a outros três palmacianos – Prof. Francisco Antônio Guimarães
e Professoras Iolanda Campelo de Andrade e Risoleta Muniz (respectivamente,
árcades Josino Egeu, Iolanda Athena e
Vitória Hera), e levaram adiante a ideia, então consolidada, de instituir
essa sociedade cultural e científica, sob o moto Palmam qui Meruit Ferat – Quem
Detiver a Palma que a Conduza, ideação ligada, pois, como se depreende, à
noção de MERECIMENTO.
A
cerimônia, de inolvidável feitio plástico, ocorrida com o concurso da banda de
música local, teve lugar no Centro de Referência de Assistência Social da
Cidade, quando se investiram no múnus de imortais 34 árcades novos, os quais
receberam diplomas, medalhas e pelerines da Instituição, todos marcados com a
deidade helênica Tyke – a mesma Fortuna romana – efígie que acompanha o
seu moto arcádico–acadêmico.
A
Arcádia possui 40 cátedras, passíveis de substituição, numeradas de um a
quarenta, mais as quatro provisórias e nãosubstituíveis – de A a D – as quais
desaparecerão, à medida que não mais existirem seus titulares. Falaram, na
ocasião, o Presidente Fernão Sampaio e o idealizador da Arcádia Nova Palmaciana
– Professor Vianney Mesquita, cujo pronunciamento vai expresso à frente. Na
sequência, noutra data, será reproduzida a fala do Dr. Fernão – Eládio Dionísio.
Reclamam
os árcades, padrinhos e madrinhas, do fato lamentável de não haver comparecido
– à exceção dos secretários municipais que são árcades (três) – NENHUMA
AUTORIDADE MUNICIPAL, sem sequer enviar representantes a despeito de convidadas
com bastante antecedência.
Como
diz, no entanto, a divisa, só quem possui a palma é que a pode conduzir.
Então...,
DISCURSO
ARCÁDIA NOVA PALMACIANA
Discurso na Instalação e Posse dos Árcades
Vianney Mesquita*
Palmam quimeruitferat.
(Divisa
da ANP).
Após
a longa e absolutamente necessária saudação inaugural, recorro a uma parêmia
latina para expressar a noção que, doravante, serei breve para ser agradável – Estobrevis et placebis.
Manifesto
incontida satisfação pela ocorrência deste momento solene, em que se instala a
primeira sociedade acadêmica literária, cultural e científica de nossa Cidade –
a Arcádia Nova Palmaciana com a posse dos seus árcades novos, sob a Presidência
do jovem árcade Dr. Fernão de La Roche d’Andrade Sampaio.
Este
grupo é absolutamente bem representativo da inteligência local, no campo da
Educação, no terreno da Ciência, na seara da cultura, na senda das artes e em
todos os setores onde a luz do discernimento pode aclarar mentes e aprestar
corações, a fim de fazer circular seus bens, invisíveis, porém, sensíveis, em
meio à sociedade local, multiplicando-se, destarte, os veículos de ascensão
pessoal e comunitário na área da cultura em geral – razão primeira da
instituição deste Sodalício.
Ao
invitar os aprestos das religiões cristãs – no entanto sem fazer acepção de
crenças salutares quaisquer – nomeadamente da confissão católica, apostólica
romana da maioria dos nossos ancestrais – e, aqui, entre os árcades novos, como
não poderia ser diverso, se divisam marcas de famílias – clamo a Deus para as
intenções que animam esta sociedade científica, literária e cultural terem
continuidade operosa e salutar, a fim de que possam espargir o bens por todos
os rincões do Município.
Saúdo,
efusivamente, nossos munícipes, na ocasião em que recebem a instalação desta
Arcádia Nova. Dirijo parabéns aos árcades novos, ora em decurso de posse e na
qualidade de imortais, pois, como exprimiu o escritor latino Quinto HORÁCIO Flaco, nas suas Odes III, non omnia moriar, isto é – NÃO
MORREREI COMPLETAMENTE. Tal sugere dizer que a pessoa humana passa, porém suas
obras permanecem. Também o antropólogo Melville Herkovits ensina que a cultura
é a parte do ambiente feita pelo ser humano. Daí dizer-se de os acadêmicos
representarem a imortalidade, pelo que já operaram e hão ainda de produzir. De
tal modo, só não serão imortais se não deixarem obras à posteridade, consoante
procederam nossos patronos e patronesses.
E
eis que, entre parênteses, suscito a lembrança do meu patrono e colega de
juventude – Francisco Cláudio Sampaio de Oliveira – irmão de três dos nossos
árcades (Maria Amélia, Paulo Tadeu e Antônio Carlos), tão precocemente
conduzido à Dimensão Edênea.
Como
prometi ser breve para ser agradável, remato esta curta oração, ao apelar para
nossas autoridades constituídas e lhes rogar auxílio para a Arcádia Nova
Palmaciana; que lhe concedam o suporte necessário à continuidade de suas ações,
a fim de se destacar dentre as demais – existentes às centenas no Ceará, com
pouca ou nenhuma expressão, mas que seja pontuada como atuante, produtiva,
diligente, esparzindo os benefícios de suas ações em todos os quadrantes da
sociedade, a fim de que não de tranque em copas para proveito, apenas, daqueles
que a constituem como imortais.
Que
nesta quadra tão difícil perpassada por nosso País, quando a moral e os bons
propósitos são abalados por uma onda elevada de novidades perniciosas – sinal
dos tempos, entretanto, signos maléficos – saibamos nos conduzir com acerto,
absolutamente necessário à preservação dos laços familiares, prosperando na fé
em Deus, na retidão e firmeza de propósitos, tão bem orientadas por nossos
pais. Eles é que nos concederam, nos legaram a ensancha
de estar aqui, feitos pessoas privilegiadas pelo esclarecimento dos estudos
formais e como autodidatas, formando uma arcádia, onde vão suceder ideias e
acontecer obras para extensão ao proveito prático do nosso povo, no que se
relaciona a bens culturais.
Na
nossa Palmácia, quem tiver a palma que a conduza. Esta é nossa divisa, a quem
somos fiéis e obedientes. Palmam qui Meruit
Ferat.
FALEI.
DISCURSO DO
PRESIDENTE:
Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal
de Palmácia José Maria Bezerra Sipriano;
Ilustres árcades, demais autoridades
presentes, familiares, caros amigos e conterrâneos.
Boa noite!
A providência divina ou o destino
muitas vezes colocam-nos em situação jamais imaginadas e hoje me encontro numa
destas oportunidades. Estar hoje aqui, a frente dessa Arcádia, uma congregação
da mais alta densidade intelectual, se consiste num grande atrevimento, dada
minha pequenez em comparação à grandeza de tão eméritos membros. Espero que o
meu atrevimento seja compreendido como um gesto de quem deseja aprender.
O que tenho a oferecer é o compromisso
de depositar na Arcádia Nova Palmaciana de Letras e Ciência o pouco que
aprendi, aliás, meu único patrimônio, formado pelo estímulo de minha mãe,
professora Lúcia Andrade, companheira de todas as horas, que diariamente me
ensina, me cobra paciência, me reforça os preceitos de ética e justiça, também
herança dos seus; e de meu pai, Professor Vicente Sampaio, de quem tenho a honra
de ser filho e um eterno aprendiz. Um mestre que com certeza contradiz a máxima
de Nelson Rodrigues que afirmava ser a unanimidade burra. Professor Vicente sim,
era unânime. Unânime na admiração de seus pupilos, que reconheciam em seu fazer
profissional, na dedicação a seu ofício, na forma inovadora e moderna de
condução do saber, e principalmente na consciência do legado que herdavam do
mestre um grande tesouro. A prova inconteste disso é o fato de ter disputado
seu nome como patrono de minha cadeira com vários outros membros, que
cordialmente cederam seu desejo em homenageá-lo a mim.
Chego aqui, nesta noite memorável,
sabendo da responsabilidade cada vez mais crescente que o universo coloca em
minhas mãos, como educador por herança e administrador por formação, em
tornar-me, a partir desta inesquecível data, peça integrante da primeira
associação litero-científica de Palmácia e conviver com seus mais ilustres
filhos, motivo de imensa alegria, da mesma forma que entendo ser para os demais
novos imortais. Mas, como diz a divisa romana de nossa Arcádia, “Palmam
qui meruit ferat”, que significa: que leve a palma quem a mereceu, espero,
do fundo de minh’alma, ser merecedor de conduzir essa palma, comprometendo-me a
honrar a confiança em mim depositada por todos.
Terei de pedir paciência a meus
colegas, bem mais experientes e capazes, detentores de maiores condições de
estarem aqui representando essa plêiade de expoentes palmacianos, e que, como
prova de grande humildade e elevação espiritual, cederam a mim essa honra.
Tenham paciência, farei muitas perguntas impertinentes para obter respostas
pertinentes: quem não pergunta não aprende.
Quero aprender com todos vocês, afinal,
o ser humano não para de aprender, tenha ele 10, 40, 70 ou 100 anos. Quero
seguir o exemplo de outro grande palmaciano, Renato Sampaio Andrade, meu
querido e também inesquecível avô, que, no alto de seus 94 anos, não desistia
de aprender, e por isso, não parava de ensinar. Um ser iluminado, outra
unanimidade! Autodidata, espirituoso, alegre, que ao lado de minha avó Ildete,
que ainda nos dá a honra de sua presença viva, na leveza de seus 94 anos, conseguiram,
juntos, formar e educar uma família, e que têm hoje na Arcádia Nova Palmaciana
quatro de seus descendentes.
Finalizo com um profundo agradecimento
a todos que me deram a honra de assumir esse honroso posto. Aos parentes,
amigos e conterrâneos que aqui compareceram, quero registrar minha gratidão.
Encerrando, rogo a todos não
abandonarem nossa terra, pois aqui foram plantadas nossas sementes e é daqui
que devemos esperar os frutos, porém, plantar somente não é garantia de
colheita. Valorizemos nossa aldeia como se a mais bela fosse, pois a mais bela
é, porque é a nossa aldeia!
Boa noite a todos! Muito obrigado.
Tenho dito.
Fernão de la Roche d'Andrade Sampaio
Fernão de la Roche d'Andrade Sampaio
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