sexta-feira, 2 de setembro de 2016

NOTA JORNALÍSTICA - Arcádia Nova Palmaciana (VM)


Posse na Arcádia Nova Palmaciana
Palmam qui Meruit Ferat

 Dia 27.08.2016



No último sábado, sob a Presidência do árcade novo Eládio Dionísio, cujo nome no século é o do administrador de empresas Dr. Fernão de la Roche d’Andrade Sampaio, teve curso a sessão solene de instalação e posse da primeira composição da Arcádia Nova Palmaciana, fundada em 6 de fevereiro de 2015.

A Arcádia, com original denominação, diferentemente do nome Academia, foi inspirada pelo acadêmico-emérito-titular acelejano Vianney Mesquita (árcade Jovem Chronos), o qual se ajuntou a outros três palmacianos – Prof. Francisco Antônio Guimarães e Professoras Iolanda Campelo de Andrade e Risoleta Muniz (respectivamente, árcades Josino Egeu, Iolanda Athena e Vitória Hera), e levaram adiante a ideia, então consolidada, de instituir essa sociedade cultural e científica, sob o moto Palmam qui Meruit FeratQuem Detiver a Palma que a Conduza, ideação ligada, pois, como se depreende, à noção de MERECIMENTO.
       
A cerimônia, de inolvidável feitio plástico, ocorrida com o concurso da banda de música local, teve lugar no Centro de Referência de Assistência Social da Cidade, quando se investiram no múnus de imortais 34 árcades novos, os quais receberam diplomas, medalhas e pelerines da Instituição, todos marcados com a deidade helênica Tyke – a mesma Fortuna romana – efígie que acompanha o seu moto arcádico–acadêmico.

A Arcádia possui 40 cátedras, passíveis de substituição, numeradas de um a quarenta, mais as quatro provisórias e nãosubstituíveis – de A a D – as quais desaparecerão, à medida que não mais existirem seus titulares. Falaram, na ocasião, o Presidente Fernão Sampaio e o idealizador da Arcádia Nova Palmaciana – Professor Vianney Mesquita, cujo pronunciamento vai expresso à frente. Na sequência, noutra data, será reproduzida a fala do Dr. Fernão – Eládio Dionísio.

Reclamam os árcades, padrinhos e madrinhas, do fato lamentável de não haver comparecido – à exceção dos secretários municipais que são árcades (três) – NENHUMA AUTORIDADE MUNICIPAL, sem sequer enviar representantes a despeito de convidadas com bastante antecedência.

Como diz, no entanto, a divisa, só quem possui a palma é que a pode conduzir. Então...,


DISCURSO

ARCÁDIA NOVA PALMACIANA
Discurso na Instalação e Posse dos Árcades
Palmácia - 27 de agosto - 2016
Vianney Mesquita*


                                                               Palmam quimeruitferat.
                                                               (Divisa da ANP).

Após a longa e absolutamente necessária saudação inaugural, recorro a uma parêmia latina para expressar a noção que, doravante, serei breve para ser agradável – Estobrevis et placebis.
Manifesto incontida satisfação pela ocorrência deste momento solene, em que se instala a primeira sociedade acadêmica literária, cultural e científica de nossa Cidade – a Arcádia Nova Palmaciana com a posse dos seus árcades novos, sob a Presidência do jovem árcade Dr. Fernão de La Roche d’Andrade Sampaio.
Este grupo é absolutamente bem representativo da inteligência local, no campo da Educação, no terreno da Ciência, na seara da cultura, na senda das artes e em todos os setores onde a luz do discernimento pode aclarar mentes e aprestar corações, a fim de fazer circular seus bens, invisíveis, porém, sensíveis, em meio à sociedade local, multiplicando-se, destarte, os veículos de ascensão pessoal e comunitário na área da cultura em geral – razão primeira da instituição deste Sodalício.

Ao invitar os aprestos das religiões cristãs – no entanto sem fazer acepção de crenças salutares quaisquer – nomeadamente da confissão católica, apostólica romana da maioria dos nossos ancestrais – e, aqui, entre os árcades novos, como não poderia ser diverso, se divisam marcas de famílias – clamo a Deus para as intenções que animam esta sociedade científica, literária e cultural terem continuidade operosa e salutar, a fim de que possam espargir o bens por todos os rincões do Município.

Saúdo, efusivamente, nossos munícipes, na ocasião em que recebem a instalação desta Arcádia Nova. Dirijo parabéns aos árcades novos, ora em decurso de posse e na qualidade de imortais, pois, como exprimiu o escritor latino Quinto HORÁCIO Flaco, nas suas Odes III, non omnia moriar, isto é – NÃO MORREREI COMPLETAMENTE. Tal sugere dizer que a pessoa humana passa, porém suas obras permanecem. Também o antropólogo Melville Herkovits ensina que a cultura é a parte do ambiente feita pelo ser humano. Daí dizer-se de os acadêmicos representarem a imortalidade, pelo que já operaram e hão ainda de produzir. De tal modo, só não serão imortais se não deixarem obras à posteridade, consoante procederam nossos patronos e patronesses.

E eis que, entre parênteses, suscito a lembrança do meu patrono e colega de juventude – Francisco Cláudio Sampaio de Oliveira – irmão de três dos nossos árcades (Maria Amélia, Paulo Tadeu e Antônio Carlos), tão precocemente conduzido à Dimensão Edênea.

Como prometi ser breve para ser agradável, remato esta curta oração, ao apelar para nossas autoridades constituídas e lhes rogar auxílio para a Arcádia Nova Palmaciana; que lhe concedam o suporte necessário à continuidade de suas ações, a fim de se destacar dentre as demais – existentes às centenas no Ceará, com pouca ou nenhuma expressão, mas que seja pontuada como atuante, produtiva, diligente, esparzindo os benefícios de suas ações em todos os quadrantes da sociedade, a fim de que não de tranque em copas para proveito, apenas, daqueles que a constituem como imortais.

Que nesta quadra tão difícil perpassada por nosso País, quando a moral e os bons propósitos são abalados por uma onda elevada de novidades perniciosas – sinal dos tempos, entretanto, signos maléficos – saibamos nos conduzir com acerto, absolutamente necessário à preservação dos laços familiares, prosperando na fé em Deus, na retidão e firmeza de propósitos, tão bem orientadas por nossos pais. Eles é que nos concederam, nos legaram a ensancha de estar aqui, feitos pessoas privilegiadas pelo esclarecimento dos estudos formais e como autodidatas, formando uma arcádia, onde vão suceder ideias e acontecer obras para extensão ao proveito prático do nosso povo, no que se relaciona a bens culturais.

Na nossa Palmácia, quem tiver a palma que a conduza. Esta é nossa divisa, a quem somos fiéis e obedientes. Palmam qui Meruit Ferat.

FALEI.






DISCURSO DO PRESIDENTE:

Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal de Palmácia José Maria Bezerra Sipriano;

Ilustres árcades, demais autoridades presentes, familiares, caros amigos e conterrâneos.

Boa noite!

A providência divina ou o destino muitas vezes colocam-nos em situação jamais imaginadas e hoje me encontro numa destas oportunidades. Estar hoje aqui, a frente dessa Arcádia, uma congregação da mais alta densidade intelectual, se consiste num grande atrevimento, dada minha pequenez em comparação à grandeza de tão eméritos membros. Espero que o meu atrevimento seja compreendido como um gesto de quem deseja aprender.

O que tenho a oferecer é o compromisso de depositar na Arcádia Nova Palmaciana de Letras e Ciência o pouco que aprendi, aliás, meu único patrimônio, formado pelo estímulo de minha mãe, professora Lúcia Andrade, companheira de todas as horas, que diariamente me ensina, me cobra paciência, me reforça os preceitos de ética e justiça, também herança dos seus; e de meu pai, Professor Vicente Sampaio, de quem tenho a honra de ser filho e um eterno aprendiz. Um mestre que com certeza contradiz a máxima de Nelson Rodrigues que afirmava ser a unanimidade burra. Professor Vicente sim, era unânime. Unânime na admiração de seus pupilos, que reconheciam em seu fazer profissional, na dedicação a seu ofício, na forma inovadora e moderna de condução do saber, e principalmente na consciência do legado que herdavam do mestre um grande tesouro. A prova inconteste disso é o fato de ter disputado seu nome como patrono de minha cadeira com vários outros membros, que cordialmente cederam seu desejo em homenageá-lo a mim.

Chego aqui, nesta noite memorável, sabendo da responsabilidade cada vez mais crescente que o universo coloca em minhas mãos, como educador por herança e administrador por formação, em tornar-me, a partir desta inesquecível data, peça integrante da primeira associação litero-científica de Palmácia e conviver com seus mais ilustres filhos, motivo de imensa alegria, da mesma forma que entendo ser para os demais novos imortais. Mas, como diz a divisa romana de nossa Arcádia, “Palmam qui meruit ferat”, que significa: que leve a palma quem a mereceu, espero, do fundo de minh’alma, ser merecedor de conduzir essa palma, comprometendo-me a honrar a confiança em mim depositada por todos.

Terei de pedir paciência a meus colegas, bem mais experientes e capazes, detentores de maiores condições de estarem aqui representando essa plêiade de expoentes palmacianos, e que, como prova de grande humildade e elevação espiritual, cederam a mim essa honra. Tenham paciência, farei muitas perguntas impertinentes para obter respostas pertinentes: quem não pergunta não aprende.

Quero aprender com todos vocês, afinal, o ser humano não para de aprender, tenha ele 10, 40, 70 ou 100 anos. Quero seguir o exemplo de outro grande palmaciano, Renato Sampaio Andrade, meu querido e também inesquecível avô, que, no alto de seus 94 anos, não desistia de aprender, e por isso, não parava de ensinar. Um ser iluminado, outra unanimidade! Autodidata, espirituoso, alegre, que ao lado de minha avó Ildete, que ainda nos dá a honra de sua presença viva, na leveza de seus 94 anos, conseguiram, juntos, formar e educar uma família, e que têm hoje na Arcádia Nova Palmaciana quatro de seus descendentes.

Finalizo com um profundo agradecimento a todos que me deram a honra de assumir esse honroso posto. Aos parentes, amigos e conterrâneos que aqui compareceram, quero registrar minha gratidão.
Encerrando, rogo a todos não abandonarem nossa terra, pois aqui foram plantadas nossas sementes e é daqui que devemos esperar os frutos, porém, plantar somente não é garantia de colheita. Valorizemos nossa aldeia como se a mais bela fosse, pois a mais bela é, porque é a nossa aldeia!

Boa noite a todos! Muito obrigado.

Tenho dito.

Fernão de la Roche d'Andrade Sampaio


Nenhum comentário:

Postar um comentário