CUIDADO!
Jovino de Alencar*
Depois de retirar o
ensino de grego e de latim do currículo do estudante brasileiro, na década de
30; depois de acabar com o Exame de Admissão ao Curso Ginasial; depois de esvaziar o vestibular com vistas aos cursos superiores, e de criarem o ENEM (Eu
Não Estudo Mais), o Governo Brasileiro (seja lá quem for o governante) deseja
agora enterrar o País.
Numa Medida Provisória
publicada no Diário Oficial da União de ontem, dia 23, e após afirmar que
ainda vai definir o programa (pode?), o Governo deseja enterrar o ensino
brasileiro. Grade de Ensino? Para que?.
São com atitudes assim,
como outras de FHC, Lula da Silva e Dilma, que desejam assassinar o Brasil,
como fizeram com Cuba, Venezuela, Bolívia e tentaram com o Paraguai e Uruguai.
Mas não conseguirão. O Brasil é igual a mororó: enverga mas não quebra.
O melhor de tudo: todos
eles também morrerão. Pegarão 7 palmos, mais cedo ou mais tarde. Rico ou pobre.
De morte morrida mesmo.
*Jovino Nunes de Alencar
INSTITUTO CEARENSE DE
CULTURA PORTUGUESA
Fundado em 01 de junho de
1992
Fortaleza – Ceará
Enviado por Vicente
Alencar
COMENTÁRIO:
Calma! Ainda não há como saber se
acertarão a fórmula, mas há consenso geral de que alguma coisa precisava ser
feita para melhorar os ensinos fundamental e médio no Brasil, onde se finge
transmitir uma montanha de conteúdos didáticos, e grande parte dos formandos
saem da faculdade sem capacidade de fazer uma regra de três e de redigir um
simples bilhete. Aliás, há muitos anos se diz que se o estudante brasileiro concluísse
o curso médio sabendo tudo o que é prescrito pelo currículo oficial ele seria
um grande sábio.
Imagine-se um estudante que dominasse realmente
as ciências exatas – a matemática, a física, a química – como também a
gramática – análise sintática e morfológica, concordância, regimes verbais etc.
– mas também conhecesse a literatura clássica e as técnicas de redação, sendo
ainda fluente em inglês ou espanhol.
E que pudesse discorrer sobre História
Universal, desde as guerras púnicas, passando pela revolução francesa, os
grandes descobrimentos, as duas Guerras Mundiais, sabendo ainda todos os fatos,
todos os personagens, todas as datas da vida brasileira, de Cabral a Tancredo
Neves. Seria um gênio.
Mas, além de estudarem somente para se sair bem no risca-risca, em vez de aprenderem aquilo de que realmente precisarão na vida prática, para a sua evolução intelectual e para o progresso do País, os nossos estudantes de hoje perdem tempo com matérias ideológicas sobre libertinas liberdades, com base no que os opressores fascistoides modernosos consideram "politicamente correto", sobre supostos merecimentos sociais naturais, sem esforço e sem mérito, e sobre as subidas virtudes do homossexualismo.
Um estudante alemão ou japonês é capaz
de dar aulas aos nossos professores universitários da cadeira específica que
interesse ao curso que escolheu, e ele sai da universidade falando,
lendo e escrevendo em inglês, e pronto para produzir tecnologia de altíssima
qualidade – grandes médicos, grandes engenheiros, grandes cientistas.
Mas esses estudantes só conhecerão a
etimologia de seu próprio idioma, o nome de seus imperadores do passado ou onde
fica o Brasil se forem estudantes de letras, de história, de geografia,
conhecimentos de que não precisam para desenvolver máquinas agrícolas super
eficientes, técnicas cirúrgicas sofisticadas, fármacos revolucionários ou softwares
de última geração.
O fato é que estamos vivendo no mundo
da superespecialização, que se resume em conhecer cada vez mais, sobre cada vez
menos, de modo que não podemos mais manter um currículo estudantil do tempo em
que um médico, por exemplo, tratava da labirintite ao panarício, do impetigo ao
câncer no cérebro. Um engenheiro estava apto a projetar edifícios e motores de
automóveis e um agrônomo tinha que entender do plantio de cacau e de laranjas.
No passado ainda havia a opção
rudimentar de se escolher o curso científico, ou o curso clássico, ou ainda o
curso normal, para que o optante pudesse focar mais em ciência exatas ou humanas,
de conformidade com a área do conhecimento eleita para a sua futura profissão.
Então, que se retome essa divisão vocacional,
voltando ao ensino do latim e do grego antigo para os que priorizarem as
letras, deixando exponenciais e logaritmos para quem prefira aritméticas.
Mas que todos aprendam o básico para fazer as quatro operações matemáticas (sem
uso de calculadora), e a falar e escrever corretamente em português e em inglês,
que é língua universal.
Reginaldo Vasconcelos
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