sábado, 22 de agosto de 2020

POEMA - a Casa (AA)

A CASA
Alana Alencar*

  Dos muros erguidos ao oco do cimento nu... uma semente rara de memória viva. 

Uma divisão de cômodos rasos à desmerecer a lua em lágrimas, mal ditas... perdida entre a sala muda do meu pensamento e o som dos passos tantos dados... 

Quartos malcriados, membros de um corpo louco e lânguido, fecham portas – arrebentam trincos. 

Feridas abrem.

 

Poeira de estio arcaico... ventos primitivos quase, poros!

A casa, esconderijo Machadiano dos versos sorvidos... servidos à lembrança, permanece feito lápide da linguagem morta. 

A casa de cor acorde fala ainda sob os cascalhos da estrada esquecida... e em meio ao nada, abandonada e ressentida, lateja reminiscente velha. Uma casa antiga.

 


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