A CASA
Alana Alencar*
Dos muros erguidos ao oco do cimento nu... uma semente rara de memória viva.
Uma divisão de cômodos rasos à desmerecer a lua em lágrimas, mal ditas... perdida entre a sala muda do meu pensamento e o som dos passos tantos dados...
Quartos malcriados, membros de um corpo louco e lânguido, fecham portas – arrebentam trincos.
Feridas abrem.
Poeira de estio arcaico... ventos primitivos quase, poros!
A casa, esconderijo Machadiano dos versos sorvidos... servidos à lembrança, permanece feito lápide da linguagem morta.
A casa de cor acorde fala ainda sob os cascalhos da estrada
esquecida... e em meio ao nada, abandonada e ressentida, lateja reminiscente
velha. Uma casa antiga.
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