quinta-feira, 5 de março de 2020

CRÔNICA - Mulher (ES)


MULHER
Edmar Santos*


Que toda mulher é um mistério em sí mesma, todos sabemos. Elas “que correm com lobos” (Estés, 2018), trazem consigo arquétipos constituintes de sua natureza, que as tornam essas personalidades misteriosas, “selvagens”.

Em relação aos homens – esses, que nas palavras de Lispector (1920-1977) as fazem sentir dor, mas se constituem como o “que mais interessa à mulher” –  para que possam estar adequados, pelo menos em proximidade, com o imaginário construído pelos aprendizados dos contos de fadas, mitos e histórias, devem apresentar algumas características ou qualidades, qualidades essas inerentes a um príncipe, quais sejam:

1. Segurança – de financeira a emocional; 
2. Confiabilidade – do relacionamento íntimo ao social; 
3. Parceria – de cuidar dos filhos a ser bom ouvinte; 
4. Bom humor – fazer rir e saber rir; 
5. Prazer físico – de atraente a excitante. 

O que traz conforto ao homem é saber que tais critérios não são exigíveis a eles, pelas mulheres, em sua totalidade, e que intuitivamente elas reconhecem uma ou outra que, perece, faz compensar a ausência das demais. Afinal, “é a mulher que escolhe o homem” com quem vai se relacionar. Ufa!

Ainda bem que isso é assim. E também que os contos de fadas modernos tenham suprimido a obrigação de o príncipe ter outra imponente qualidade, que seria a beleza. Graças a Deus surgiram contos e histórias como “A princesa e o Sapo” e “Shrek”, para alegria dos feinhos. Eu que o diga!

Enquanto a vida segue cabe a nós homens irmos tentando nos adequar às maravilhosas mutações diárias desse ser divino que são as mulheres. Que nos perdoem, em nossas incompletudes, quanto às características de príncipe.  Mas nos amem como a Fiona em relação ao Shrek. Amém!



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