UMA ORAÇÃO
Edmar Santos*
O céu ainda estava em
dilema entre ficar dia ou se tornar noite; crepuscular.
Mãos postas colocaram-se em
reverência, enquanto olhos pedintes direcionavam-se à abóboda escurecendo que
fazia o firmamento. Um momento de oração.
O volume da voz era quase
inaudível, os lábios movimentavam-se em compasso lento, fazendo das palavras
uma corrente de letras oradas: “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que
te perturbas dentro de mim?” (Salmos 42:11). Pálpebras cerraram-se, lágrimas
caíram.
A mente, que de início
acelerava-se em pensamentos angustiantes, quedava-se em um quase torpor de
conexão, não mais com o externo aos olhos, mas com imagens de luzes de brilho,
uno e ofuscante, dentro do crânio como se, naquele momento, a alma, ela toda,
postasse-se em evidência. E murmurou, pedindo orientação para encontrar um
conforto e paz.
Em reposta, seus ouvidos escutaram uma música suave que dizia: “(...)
o acharás, quando o buscares de toda a tua alma”. (Mateus 16;26). O sorriso
recebia a mensagem, louvando em poesia: “Favo de mel são as palavras suaves:
doces para a alma” (Provérbios 16:24). Palpitações cardíacas surgiram.
O coração em movimento de
descompasso aliviava o aperto mantido pelo nó trazido no peito, e a esperança
começava a colorir as luzes que brilhavam na mente; exaltante afirmou: “Ó Deus,
tu és o meu Deus; (...) te buscarei; a minha alma tem sede de ti.” (Salmos,
63:1). Sorria e chorava ao mesmo tempo.
No ápice da alegria, em
êxtase, as mãos se afastaram em paralelo, erguendo-se em direção ao alto, como
que para pedir, mas também, receber algo em atendimento ao seu pleito
angustiado; pronunciava palavras úmidas em lágrimas: “Senhor, livra minha alma
dos lábios mentirosos e da língua enganadora.” (Salmo 120:2). Temia.
Sentindo suas mãos leves,
as direcionou ao rosto e pressionou as faces, momento em que ouviu: “(...) não
temais os que podem matar o corpo e não podem matar a alma; temei, antes,
aquele que pode fazer perecer, no inferno, a alma e o corpo”. (Mateus, 10:28).
Reflexivamente ajoelhou-se.
Sentindo-se em alívio e
consolo, enxugou as lágrimas que insistiam em umedecer seu rosto; entre soluços
intermitentes, com convicção de quem vivencia esse mundo, sem, contudo, deixar
de vivenciar também e intensamente a fé, em forma de canto alegre adorou:
“Aguardo o Senhor; a minha alma o aguarda, e espero em sua palavra” (Salmos,
130:5). Compreendendo melhor sua
existência, repetiu em oração: “(...) a Cesar o que é de César e a Deus o que é
de Deus” (Mateus 22:19-21). Amém!
COMENTÁRIOS
O poder da oração, alívio e
consolo nesse momento difícil que estamos passando e sempre!
Aline
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Oração sempre foi o consolo
de nossa alma atribulada. Orai e vigiai
Rosângela Santos
Palavras lindas, parabéns Edmar Santos👏👏👏👏👏
ResponderExcluirO poder da oração,alívio e consolo nesse momento difícil que estamos passando e sempre!👏👏
ResponderExcluirOração sempre foi o consolo de nossa alma atribulada.
ResponderExcluirOrai e vigiai🙏🙌👏👏👏👏👏👏
Deus é bom, pois no momento da aflição revela seus combatentes.
ResponderExcluirRealmente somos fracos, mas Deus é forte pra nós livrar dos males.
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