domingo, 31 de dezembro de 2017

CRÔNICA - Raimundo Mesquita Redivivo (VM)


RAIMUNDO MESQUITA 
REDIVIVO
Vianney Mesquita*



Deus disse ao homem: faço-te dano porque te curo, e envio-te o meu castigo porque te amo. (Rabindranath Tagore).


No dia 25 transato, dia de Natal, meu irmão (um dos doze), o cirurgião-dentista Raimundo Campos Mesquita, ia chegando à noitinha em casa com sua mulher, a Luizete, tendo escorregado da escada e se projetado de uns doze metros. Fraturou, então, a C-7, a derradeira das sete vértebras cervicais, no tronco do pescoço, logo acima do primeiro espôndilo torácico.


Ao chegar ao hospital, foi aventada a ruim ideia, pela gravidade do acidente, de ele ficar paralítico dos membros superiores, com possibilidade de chegar à tetraplegia, assumindo a perigosa injúria de sobejar, também, prejudicados os conjuntos das pernas – fato a deixar apavorados todos os da família.

A cirurgia foi procedida no dia 27, quarta-feira, pelos facultativos-cirurgiões da melhor crase – os conhecidos doutores Parahyba – a qual resultou no máximo sucesso, estando agora o paciente, a despeito de muitas dores, despossuído, em tese, do perigo há pouco apontado, recuperando-se a fim de ir para casa.

Os trabalhos cirúrgicos foram acompanhados de perto, a fim de transmitir os dados para a família, por meus irmãos, o cirurgião-cardíaco Fernando Mesquita e o nefrologista Paulo César Mesquita.

Preparei para ele este soneto, que lhe tirou lágrimas, ajudadas pelas suas dores.



Dois mil e dezessete, no Natal,
Quando subiu sem cuidado estratégico,
Raimundo quase assenta paraplégico
Ao romper a coluna cervical.

Espôndilo do colo é o mais enérgico,
A C7 – ossículo vertebral –
Cuja rotura deixa tetraplégico –
Isto se o caso não sobrar fatal.

Os Parahybas, de vitórias tantas,
– Oh, Ser Humano, tu não os suplantas –
Na quadra exata em que Jesus nasceu.

Cirurgiões são de mãos sacrossantas,
E de seus bisturis fizeram mantras.
Então, o Dr. Mesquita reviveu.

Fortaleza-CE, 31.12.2017.


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