REENCARNAÇÕES
Karla Karenina*
Esse silêncio de você me chega
como os ventos dos Cliffs no inverno.
Esse silêncio de você é como o salto pra morte nas falésias de Moher.
Esse silêncio de você é o soco do carrasco na barriga da mulher que carrega um
filho no ventre.
Esse silêncio de você é como o ardor quente do corte na carne das adagas da Catalunha.
Esse silêncio de você é o frio no estômago da espera da proclamação do julgamento de Salem.
O som da turba ensandecida ao redor das fogueiras que me transformaram em cinzas...
Esse silêncio é o do pó depois do ensurdecedor crepidar do fogo na pele, nos
músculos, nos ossos...
O silêncio da esperança na fé, na justiça e no amor.
Esse silêncio de você é a lembrança da morte, do nada, do limbo, do umbral e do inferno de Dante...
Esse silêncio também é o bardo de Dalai e de Roger...
É o self meu e de Jung.
Seu silêncio que revela tudo o que há de mais cruel, todos os meus medos
e fins, também me lembra de que sempre renasço e recomeço toda a saga de amar e
ser tragada pelo silêncio.
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Vêm da alma minhas dores nos músculos, fibras, ossos, coração. Quero gritar o que a música faz em minha psique às voltas com o inconsciente em plena consciência do amor não correspondido.
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SoFrida
Karla
Karenina*
Como uma Frida disfarçada em
bailarina, me contorço e danço e me invisto da máscara da atriz para esconder
as dores.
Vêm da alma minhas dores nos músculos, fibras, ossos, coração. Quero gritar o que a música faz em minha psique às voltas com o inconsciente em plena consciência do amor não correspondido.
Édipos, Electras, Antígonas
gemem dentro de mim... Todas as tragédias gregas me contorcendo o corpo. O
corpo calejado...
Anestesio-me com substâncias
químicas e durmo com a esperança de acordar com o amor ao meu lado. Livre dos
ferros atravessando as fantasias que prendem meu corpo ao corpo de Kahlo. Khalo
com K. Frida Kahlo. Kalo. Karla com K. Kalo. E dói kalar!
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