sexta-feira, 25 de novembro de 2016

POEMAS - Reencarnações e SoFrida (KK)


REENCARNAÇÕES
Karla Karenina*


Esse silêncio de você me chega como os ventos dos Cliffs no inverno.

Esse silêncio de você é como o salto pra morte nas falésias de Moher.


Esse silêncio de você é o soco do carrasco na barriga da mulher que carrega um filho no ventre.

Esse silêncio de você é como o ardor quente do corte na carne das adagas da Catalunha.

Esse silêncio de você é o frio no estômago da espera da proclamação do julgamento de Salem.

O som da turba ensandecida ao redor das fogueiras que me transformaram em cinzas...


Esse silêncio é o do pó depois do ensurdecedor crepidar do fogo na pele, nos músculos, nos ossos...

O silêncio da esperança na fé, na justiça e no amor.
Esse silêncio de você é a lembrança da morte, do nada, do limbo, do umbral e do inferno de Dante...

Esse silêncio também é o bardo de Dalai e de Roger...
É o self meu e de Jung.


Seu silêncio que revela tudo o que há de mais cruel,  todos os meus medos e fins, também me lembra de que sempre renasço e recomeço toda a saga de amar e ser tragada pelo silêncio.

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SoFrida
Karla Karenina*

Como uma Frida disfarçada em bailarina, me contorço e danço e me invisto da máscara da atriz para esconder as dores.

Vêm da alma minhas dores nos músculos, fibras, ossos, coração. Quero gritar o que a música faz em minha psique às voltas com o inconsciente em plena consciência do amor não correspondido.

Édipos, Electras, Antígonas gemem dentro de mim... Todas as tragédias gregas me contorcendo o corpo. O corpo calejado...

Anestesio-me com substâncias químicas e durmo com a esperança de acordar com o amor ao meu lado. Livre dos ferros atravessando as fantasias que prendem meu corpo ao corpo de Kahlo. Khalo com K. Frida Kahlo. Kalo. Karla com K. Kalo. E dói kalar!




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