Exasperou-se.
Conteve-se. Será que passa? Um dia, talvez...
O jogo de louça
simples completado com peças descasadas de outros jogos; o quartinho abarrotado
de tranqueira; horários corridos, loucos, sem razão de ser...
De novo
exasperou-se. Novamente conteve-se. Duvidou que passasse um dia.
O carro sujo e
necessitando reparos; a coluna que dói, mas não pode parar; o coração que
dispara, mas não deve parar; os pulmões que respiram, ofegantes, na madrugada
solitária e insone...
Acostumou-se,
contido. Entendeu que nada mudaria.
Diz que vai, mas
quase não chega; diz que chega, mas quase não vem; diz que sabe, mas não
consegue enxergar.
Calou-se, contido,
acostumado... Exasperado!
Pedro Altino
Farias, em 14/05/2013
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