DILMA PROTESTOU NA ONU CONTRA OBAMA. A METEOROLOGIA GARANTE QUE VAI DAR PRAIA PORQUE
AMANHÃ FARÁ BOM TEMPO.
Todo o noticiário
nacional anunciou o veemente protesto da Presidente Dilma Rousseff na ONU,
contra a espionagem eletrônica americana no Brasil.
Curiosamente, logo em
seguida a essa matéria, o noticiário tratou das preocupações de Barack Obama
com a Síria e com o Egito.
Com isso as agências
de notícias parecem querer demonstrar que o homem mais importante do Planeta
está se lixando para as mágoas brasileiras, quando tem na agenda assuntos internacionais
muito mais graves.
Barack Obama não
repercutiu ainda as críticas da presidente brasileira porque sabe que ela
apenas faz uso político do chamado “jus
esperniandi”, de modo a desviar a atenção da mídia interna para essa
platitude, enquanto a Nação Brasileira tem problemas mais agudos e reais, como a imensa insegurança pública e a desvairada corrupção institucional.
Sim, cabe a qualquer
presidente se manifestar diplomaticamente contra atalaias invasivas, montadas
por outros países contra os seus interesses, sempre que uma delas se revele. Mas
isso não significa que seus protestos venham a ter consequência positiva. O único
resultado será o aprimoramento dos métodos, para que a espionagem americana fique mais eficiente e se torne incógnita
novamente.
Todo chefe de governo
sabe de antemão que as nações se monitoram entre si – as maiores economias averiguando
as menores, as grandes se investigando umas às outras – e as informações assim obtidas
são essenciais para pautar as políticas internas e externas dos países.
Ademais, espionagem nada
tem a ver com ofensa à “soberania nacional”, ao contrário do que têm alegado os
próceres do Governo Federal. Atentar contra a soberania de um país é interferir
na sua autodeterminação administrativa e ideológica, com ações ostensivas
e acintosas contra a sua liberdade de
decidir e de operar os seus destinos, sua constituição e suas leis, sua
religião oficial, seu sistema político e sua forma de governo.
Portanto, dizer que os
grampos americanos na Internet afetam a soberania brasileira seria o mesmo que
processar um vizinho por desrespeito ao seu poder familiar, em virtude da janela
dele devassar o seu quintal.
Enfim, em vez de agir
como um cônjuge traído que vai se queixar ao rival amoroso, melhor faria o
Brasil se preparando tecnologicamente para controlar a espionagem eletrônica
estrangeira, precatando-se de deixar vazar os seus segredos.
Entender, afinal, que
toda a comunicação eletrônica, do telefone ao face book, nunca foi, não é e jamais será meio adequado e seguro
para a troca de segredos. Tudo o que transita por fio ou via satélite assume,
tacitamente, domínio público eventual.
Reginaldo Vasconcelos
Titular da Cadeira de nº 20 da
ACLJ
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