RESERVAS DA MINHA ÉTAGÈRE
Aproximações
Literocientíficas (1)
Edmar
Ribeiro (2)
Nestas Reservas da
minha étagère – Aproximações literocientíficas (2015), despontam contares literários
e científicos, formando uma estante venturosa, à moda de uma horta forte de
mudas, plantas de frutos, arbustos e ervas.
Sombreia-se a estante na teia tecida por dedos finos do sol
(fulgor do beletrismo), aprumada com humo para o viço-mor da escolha cuidadosa
em harmonia com o signo-ferrete do plantador, sentinela, semeador e podador das
mudas e das já viçosas.
O Autor, em um bom contar neste livro, veleja por mares de
vários humores e cores. Ora exalta, ora nivela prumos e arestas, quando seu
tino aplaina o que é, deverá ser ou poderia ser afinado. Arou com esmero e
competência tantos escritos com “acontecências”
especiais, desvelada a faina para nosso gáudio e fruição.
Escultor de duas dezenas de belas e densas lavras, produtor
de finos e cultos frutos (tantos, tantos), respeitado hermeneuta de escritos e
incensado cultor das coisas do intelecto, agora nos enleva, conferindo a esta Étagère cheiro de bons eflúvios de
sabedoria, o fluir da ciência, os ternos eventos e notas à moda de lavrador e
também espia dos bons frutos. Cioso guardador do normativo e preciso no uso da
régua das boas letras, mantém a fé no prumo da produção: crítico literário de
respeito, verve, amor e humor. O espírito paira, via mão autoral e plana, na análise
dos textos de toda monta: vela a anima e derrama
sentido ao saber.
Neste (décimo nono) fruto de sua lav(ou)ra, salta-se-nos à
vista um mundo de proseio, de produtos
literocientíficos, des(a)fiando; e, instigante, vai-se indo, vai-se indo,
topam-se fatos e lembranças volantes, umas de uma simplicidade comovente
(parece que aconteceu com a gente...), notas tanto de nascimento de uma
Arcádia, como de uma notícia singela, tais e tais, vindas de convivência, de
ciência, da consciência, de vivência (em rima e harmonia), constituídas por um
intelectual de porte e norte, que tem o cinzel na mão para produzir sua lavra,
a lixa para polir as de outrem e a sensibilidade de registrar lembranças.
O leitor, com certeza, vai sacar da étagère de Vianney Mesquita (encantada neste livro) um ou outro. Sentirá
os olores do tempo, da tinta, e, correndo os olhos no texto, confirmará que a
estante, enfileirada com zelo, boa rega e erudição, não descuida do carinho
teimoso e diligente: belas e frondosas são as plantas, expressas neste insinuante
objeto caçula dos pujantes filhos plantados por Vianney Mesquita.
Seja louvada esta étagère
pelo tom leve e acolhedor do acervo que, por isso, encanta e canta as coisas do
espírito e da matéria, entrelaçados e pinçados pela bússola do Autor de ... E o Verbo se fez Carne. Em cada um
exemplar aqui contado em vernáculo, sombreia, pairando, seu bem-querer aos
leitores.
Assim, venturosos somos, ao termos no alcance o tanto e
tudo disposto nas Reservas da Minha
Étagère –Aproximações Literocientíficas
e pelo deleite resultante de quantos
cantos cardeais velejaremos e desfrutaremos.
Vamos lá, vamos lá, cultores bom-saber e caçadores de
proseio e prazeres maiores do tino: gostei. Gostarão vocês!
1 Orelhas do livro (2015), ainda nas oficinas da Expressão
Gráfica Editora – 398 páginas.
2 José Edmar da Silva Ribeiro é advogado, professor do
Ensino Superior,
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