DISCURSO DO PRESIDENTE DA ACLJ
REGINALDO VASCONCELOS
NA
SESSÃO DA SAUDADE EM HOMENAGEM AO
EMPRESÁRIO IVENS DIAS BRANCO
8º MEMBRO BENEMÉRITO
07 de julho 2016
Senador
Cid Carvalho, nosso Presidente de Honra; Professor Rui Martinho Rodrigues,
Presidente Emérito, na pessoa dos quais saúdo todos os demais acadêmicos aqui
presentes; Dr. José Augusto Bezerra, Presidente da Academia Cearense de Letras,
em cujo nome cumprimento os demais imortais de instituições congêneres que
estejam agora entre nós; Dona Consuelo, Dona Graça da Escóssia, demais membros
e convidados da família Dias Branco.
Quando
comuniquei a Dona Yolanda, cinco anos atrás, que o Chanceler Edson Queiroz fora
eleito Patrono Perpétuo da Cadeira de nº 3 desta Academia, fiz questão de
frisar que a homenagem não se dirigia ao grande empreendedor, à figura mítica
do empresário cearense que construiu um império com determinação e trabalho
honesto, instalou plantas industriais gigantescas, que fez erigir desde o
prosaico e histórico Abrigo Central da Praça do Ferreira até a babilônica e
sempiterna Unifor, tão bem administrada hoje por seu primogênito, Dr. Airton
Queiroz.
Isso
porque na verdade era a pessoa magnânima de Edson que nós queríamos abraçar com
aquela homenagem, o cidadão de bem, o ser humano real, que é sempre insondável
nos textos frios e imperscrutável no bronze imarcescível das estátuas. O amigo
solidário, o parceiro leal nos negócios, o patrão generoso, enfim, o filho de Dona
Cordélia e Seu Genésio. Era este, antes de tudo, o alvo do nosso tributo.
Agora
digo o mesmo em relação ao Benemérito Ivens Dias Branco. O objeto desta Sessão da
Saudade não é o megaempresário, o bilionário meritório que reuniu sua fortuna
com trabalho e perseverança, com afinco e probidade, reinvestindo o seu
capital, fugindo de especulação e de juros, criando um sólido patrimônio.
Porquanto não se possa jamais dissociar o homem de sua obra, é apenas aquele, o
homem, e não esta, a obra, que queremos aqui enaltecer.
É
a figura paterna do nosso 8º Membro Benemérito que estamos aqui a bendizer e a reverenciar.
A nossa louvação é dirigida ao jovem que serviu ao seu país na Infantaria do Exército;
que deu ao seu pai a glória de ter um seguidor à sua altura; que foi o marido
amantíssimo de Dona Consuelo; que soube com ela estruturar uma família exemplar,
formando filhos e netos capazes de honrar sua memória e de sucedê-lo em sua
obra social – porque a empresa que produz principalmente alimento e moradia,
que dá empregos, que paga impostos, é antes de tudo uma grande obra social.
Quem
estamos aqui a aplaudir, enfim, é aquele que sempre foi fiel às suas origens,
ao Aveiro de seus antepassados portugueses e a este pobre Ceará, que ele tanto
enriqueceu, e que lhe deu régua e compasso para ganhar projeção diante do
Brasil e diante do mundo.
É,
senhores, o Sr. Ivens cumpriu uma longa e nobre função na vida, na empresa, na
família, na sociedade. Mas se enganam os que pensam que ele foi embora
nesse fatídico mês de junho. Se ele já está eternizado na história cearense, os
seus afetos mais íntimos vão perceber que ele está cristalizado para sempre em
seus corações, enquanto o seu espírito inalterado e sereno desfruta a morada
dos justos, onde não há tristeza ou aflição, porque toda a dor, e mesmo os
sofrimentos da alma, em última análise, vêm do corpo.
Quando
a gente amadurece vai percebendo que, ao privilégio de conviver com os parentes
queridos e com os amigos mais diletos durante toda a mocidade, vai se somando
depois o prazer sublime de privar intimamente com aqueles que, dentre estes,
vão se passando para o outro lado o arco-íris.
Os
nossos mortos estimados, que são inteiramente nossos, vão formando uma falange
de anjos, uma legião de querubins, um valioso patrimônio etéreo de lembranças
vivas, feitas de alegrias e sorrisos, pois sem as contingências da vida não
mais podemos criar mágoas mundanas nem causar decepções.
Para
um acadêmico de letras, que só é mortal enquanto vivo, a imortalidade se
configura quando ele assume a ausência física e a sua onipresença universal é disseminada,
perpetuando-se em ideias, em obras e palavras. Por isso, em relação à Academia,
quando um de seus membros adentra a Galeria da Saudade permanece vivo, de modo
que Ivens Dias Branco, para nós, não morre nunca.
Obrigado.
DISCURSO DE POSSE DE SRA.
MARIA DAS GRAÇAS DIAS BRANCO DA
ESCÓSSIA
NA
SESSÃO DA SAUDADE EM HOMENAGEM AO
EMPRESÁRIO IVENS DIAS BRANCO
8º MEMBRO BENEMÉRITO
07 de julho 2016
Boa noite,
Cumprimento a todos os integrantes da
mesa nas pessoas dos Excelentíssimos Senhores Cid Carvalho, Rui Martinho
Rodrigues e Reginaldo Vasconcelos, respectivamente presidente de honra, presidente
emérito e presidente executivo em exercício da Academia Cearense de Literatura
e Jornalismo.
Em particular, cumprimento a todos os
acadêmicos desta casa na pessoa do Exmo. Sr. Lúcio Alcântara, ex-governador do
nosso Estado e membro desta excelsa academia.
Finalmente, cumprimento a todos os
presentes que comparecem a esta solenidade.
O sentimento de que sou tomada neste
momento é de saudade do meu querido pai, que no dia 12 de dezembro de 2013,
nesta mesma sala da Associação Cearense de Imprensa, tomava posse como membro
honorário da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo. Com muito orgulho naquela
noite, envergou a pelerine da Academia e recebeu o diploma que lhe fora
oferecido.
Hoje, já decorridos mais de dois anos
daquele dia, aqui nos encontramos novamente para receber as homenagens a ele prestadas
nesta Sessão da Saudade da confraria literária, que tem por finalidade também
declarar a vacância de sua cadeira acadêmica.
Agradeço em meu nome e no de minha
família o carinho que sempre tiveram para com nosso pai e as homenagens que a
ele prestam nesta noite, consubstanciadas nas belas palavras dos senhores oradores
Rui Martinho, presidente emérito, Reginaldo Vasconcelos, presidente em
exercício e Dr. Lúcio Alcântara, 4º membro benemérito, que falou representando
todos os demais acadêmicos.
Quanto a ocupar a cadeira deixada pelo
acadêmico Ivens Dias Branco, é para mim um motivo de muito orgulho e de muita responsabilidade.
Assumo solenemente o compromisso de dar continuidade ao seu trabalho e de tudo fazer
para honrar a sua memória.
Sinto-me extremamente honrada com a distinção
da Academia em me conceder o título de membra benemérita desta respeitável
associação de homens e mulheres comprometidos com a cultura da nossa terra.
Finalizando, quero, uma vez mais, agradecer
à Academia Cearense de Literatura e Jornalismo pela homenagem prestada ao meu
pai e pela distinção de me conceder o título de sócia benemérita.
Rogamos ao bom Deus para que continue
a iluminar cada um dos membros desta Academia, concedendo-lhes a necessária
sabedoria para assim se imortalizarem através de suas obras.
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