UECE EDITA LIVRO
DE ACADÊMICOS DA ACLJ
Vianney Mesquita*
O que uma pessoa pensa, e pensa realmente, nela própria
mergulha e amadurece silenciosamente. O que uma pessoa escreve em livros são
pensamentos que ele desejaria pensassem os outros que ele pensa. (JEROME KLAPKA JERÔME –
Walsall, 02.05.1859 – Northampton,14.06.1927).
A
EDUECE, casa editorial pertencente à Universidade Estadual do Ceará, concluiu
os trabalhos editoriais do volume intitulado Contratualismo, Política e
Educação, da assinatura de dois nossos acadêmicos – os Professores José Cândido Lustosa Bittencourt de Albuquerque (Locke) e Rui
Martinho Rodrigues (Hobbes) – em coautoria com o Professor José Gerardo Vasconcelos (JJ-Rousseau),
todos eles docentes da Universidade Federal do Ceará – UFC.
Cada
um dos autores, na ordem há pouco expressa, discorreu acerca do pensamento - e
dos estudos a este relativos – de três eminentes paredros da Ciência Política
no Mundo: o teórico político e filósofo grão-britano Thomas Hobbes, produtor,
dentre outros, do clássico Leviatã, ou
Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil; o também filósofo
inglês John Locke, ideólogo da corrente liberalista, havido como o mais
importante componente mundial desse pendor reflexivo e também um dos grandes
teóricos do contrato social; e o helvético (genebrino) Jean-Jacques Rousseau,
célebre autor de Do Contrato Social,
de Emílio ou Da Educação, bem como da peça musical dramatizada Pigmalião, baseada em escritos da
Antiguidade, por exemplo, de Públio Ovídio Nasão e outros.
Em
ensaio propedêutico, no primeiro dos quatro artigos do livro, em atenção a
instâncias suas, discorremos longamente a respeito da citada produção do trio
de articulistas de renomeada, ao anotarmos sua caminhada universitária, dois
dos quais já referenciados em livros nossos, por exemplo, no Fermento na Massa do Texto e no Repertório Transcrito, com exceção de
Cândido de Albuquerque, sobre quem não houvéramos estreado em comentários.
Nessas
alusões, exprimimos a propriedade conforme os escritores se referiram aos
intelectuais estudados, numa obra cuja publicação significa uma vitória, pelo
fato de depararmos, hoje, a imensa quantidade de pesquisas editadas sob o móvel
das Ciências Sociais e temas conexos. Esse fato não sucedia em tempos mais
retrocedidos, exatamente em razão da quase inexistência de produtores de
ciência, investigadores de boa felpa, bem assim de entraves de natureza
editorial, no tempo da desaparecida tipografia, saída de palco como por encanto
– e a ela nosso reconhecimento – depois de servir à Humanidade desde a prensa
de João Gutenberg nos longínquos Quinhentos (1445), até uns trinta ou quarenta
anos, quando as técnicas evoluíram e aportaram às maravilhas da Informática.
A
evolução dos nossos institutos universitários, em dimensão quanto em dignidade,
deu azo, sobremodo, às facilidades de escoar o conhecimento, em virtude da
magnificação do ensino, do avantajamento dos programas de pós-graduação e
agilidade de afastamento de professores e pesquisadores para desenvolveram
cursos de pós-láurea, no Brasil quanto no Estrangeiro.
Em
virtude dessas ocorrências, crescem em proporções, volume e qualidade - pois
contam com acessório científico – as publicações de livros e outros substratos
literários, multiplicando as oportunidades de o investigador beber nas
bibliotecas e suportes cibernéticos os indicadores de que precisam para
conceder vazão às reflexões e fazer que fundeiem ideais e saberes, novos ou
consertados/revisionados, acedendo na prossecução dos seres humanos nos degraus
da ação científica, retratada na partilha acadêmica por parte das suas
comunidades.
O
livro agora à luz, com o distintivo das Edições Universidade Estadual do Ceará,
é o estalão perfeito destas considerações, carreando, a propósito, novas e
inteligentes abordagens, somadas, decerto, a milhões de pareceres atinentes às
ideações de três expoentes da inteligência planetária em todos os tempos e
cujas leituras não possuem, ainda - consoante exprimimos no capítulo
inauguratório de Contratualismo, Política
e Educação – compreensiva tranquila
entre os investigadores, hajam vistas os entendimentos contraditados, expressos
em incontáveis peças de reprodução editorial no Mundo todo, desde datas tão
retrogradadas, considerando-se, por exemplo, o fato de que, há pouco tempo, em
2015, se registaram 237 anos de trânsito de Rousseau, 336 do passamento de
Hobbes e 311 da transferência de Locke para outra dimensão.
Com
efeito, estão as sociedades cearense e brasileira, bem assim a intelectualidade
como um todo, satisfeitas e agradecidas pela momentosa edição deste compêndio,
cujo continente gráfico-visual certifica profissionalmente seus produtores
industriais, ao tempo em que seu afortunado teor científico sanciona estes
cearenses de renome, em razão dos bem reciclados conceitos ali manifestos no
que respeita a assuntos tão repisados, no entanto, de tal modo contrastados, ao
ponto de assentir nos acréscimos e revistas pelos três procedidos em
alentadíssima escala raciocinativa.
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