sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

CRÔNICA - Manha Judaica (HE)

MANHA JUDAICA
Humberto Ellery*

Sobre essa celeuma em torno do triplex do Lula na Praia das Astúrias, em Guarujá, bem como aquele belíssimo (e luxuoso) sítio em Atibaia, também a ele pertencente, que ele jura de pés juntos não são dele (a dúvida é se a ocultação de patrimônio indica lavagem de dinheiro ou pagamento de propina, ou os dois crimes combinados), a verdade é que o imbróglio  me fez lembrar de uma piada contada a mim por um amigo judeu.

Diz que uma viúva judia, Sara era seu nome, chorava copiosamente junto ao mausoléu do falecido, “conversando” com o marido, como se ele ainda estivesse vivo. E se lamentava em voz alta: “Oh! Jacó, Jacó, por que você deixou Sara tão sozinha. Por que você partiu tão cedo, Jacó, e deixou Sara sofrendo.

Jacó... Jacó... Sara não aguenta mais de tanta saudade, meu querido Jacó”. Nisso passou por ali um Rabino, compadeceu-se de Sara, e percebeu que o nome sobre a face do mausoléu não era o de Jacó.

Então o Rabino dirigiu-se a Sara dizendo: “Sara, minha filha, que Deus te dê a consolação. Mas, escute: Você está rezando no túmulo errado; veja, aqui está escrito que o nome do defunto é David Bronstein” – ao que Sara respondeu: “Não, Rabi, este túmulo é mesmo de Jacó. É que o danadinho não tinha nada em seu nome!”.





Nota do Editor:

O advogado de Lula da Silva afirmara que ele nada tinha a ver com o apartamento em Guarujá, fabricando uma lorota mal contada sobre uma cota que ele teria na cooperativa falida, a qual (a família) havia decidido resgatar em dinheiro.

Isso corresponde a uma tese absolutória, em linguagem criminal, quando o acusado opta por negar peremptoriamente a autoria do fato.

Mas, diante do testemunho irrefutável dos empregados do edifício, resolveram mudar a tese. Através de seu Instituto Lula, o acusado resolveu admitir que de fato ia comprar o triplex, e que de fato compareceu a ele com o presidente da empreiteira OAS,  e que realmente acompanhou sua reforma – mas que por fim desistiu da aquisição.

Em direito penal, ele optou por fazer uma “confissão qualificada”, reconhecendo que de fato praticou o delito, mas que o fez em condições especiais – excludente de ilicitude, violenta emoção, ou, no caso dele, seguido de arrependimento eficaz.

Ou seja, ele foi aconselhado a partir a perna para fugir da armadilha. Fica difícil explicar uma reforma mais cara que o próprio apartamento, custeada por empresa que mantinha negócios com o seu Governo – e depois desprezar esse mimo, logo que as denúncias estouraram.

Tudo induz a conclusão de que ele fosse o dono oculto daquele imóvel, bem como do tal sitio em Atibaia, com o qual se verifica cambalacho semelhante.

O “alaranjamento” de empresas e patrimônios é manobra muito conhecida da Justiça, a que recorrem políticos desonestos e empresários, seja para sonegar impostos, seja para esconder a origem escusa de capitais. 

A piada judaica, glosando as notórias espertezas judaicas que se referem à acumulação de patrimônio, não é ofensiva, mas antes denota simpatia por esse grupo étnico, pois o povo judeu tem orgulho de suas habilidades negociais, e de seu próprio seio advém esse anedotário.     
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário