Meus velhos pais, que
já viram tantas rebeliões pelo mundo, desde a Segunda Grande Guerra, de que foram contemporâneos, diante dos noticiários da TV sobre as manifestações de
protesto, se perguntam o que está acontecendo no Brasil, indagação que
certamente está sendo feita por outros milhões de “tiozinhos” por esse grande País
a fora.
O que acontece agora é
a casual convergência de alguns fatores explosivos, fórmula de todas as
revoluções e guerras civis que já aconteceram no Planeta, cada uma delas
provocada pela soma de ingredientes sociopolíticos diferentes.
No caso atual, a
classe média esclarecida – estudantes, funcionários públicos, profissionais
liberais, pequenos empresários – vinha acumulando uma grande demanda de
indignação reprimida, diante do autoritarismo administrativo do Estado Brasileiro, por parte do Poder Executivo.
Além disso, a
descabida passividade do Poder Legislativo, bem como a absurda lentidão do
Poder Judiciário – além da corrupção generalizada, nas três esferas de Governo,
todo ele monoliticamente centrado em dois grandes partidos coligados, de imenso
apetite por politicagem fisiológica.
O Parlamento Brasileiro
está em grande parte formado por notórios "fichas sujas", que nomeiam seus piores
quadros para as suas lideranças, gente envolvida em escândalos, condenada pela
Justiça, afastada do poder no passado por condutas reprováveis. Enfim, para
recorrer à expressão dos bandidos, “tudo dominado”.
Isso evidencia o fato
de que o processo eleitoral brasileiro está viciado pelo poder econômico, que
move uma máquina de propaganda política mentirosa, bem como pelo
assistencialismo do Governo, o qual pratica, oficiosamente, o crime de captação
de sufrágio junto às massas mais carentes, que representam os colégios
eleitorais mais numerosos.
Esse estado de coisas
põe em cheque a verdadeira democracia representativa, já que a minoria pensante
da nação não consegue eleger bons administradores públicos, até porque os melhores
nomes sequer obtêm legendas dos partidos para se candidatarem, estando sempre em
aguda minoria.
O resultado é que o
grosso dos integrantes dos governos não representa a legítima e consciente
vontade do eleitorado – dos que mais produzem e que mais pagam impostos – pois
representam apenas as hordas de pobres despolitizados, ou politizados de forma
distorcida, que inclusive no passado elegiam animais dos jardins zoológicos.
Como eleger macacos e
rinocerontes não é mais possível, em virtude do voto eletrônico, os insensatos,
de consciência embotada pela propaganda massiva ou pelas migalhas dos programas
sociais, sufragam nas eleições os mais grotescos candidatos, cuja votação
numerosa arrasta consigo gente despropositada – por meio do “quociente
eleitoral”, vezo absurdo da nossa legislação especial.
O resultado disso é uma
educação deficiente, uma saúde caótica, uma segurança pública pífia, o
desrespeito generalizado ao direito de propriedade, o elogio de movimentos
sociais espúrios, a manipulação de dinheiro público por ONG’s desonestas, o
apoio oficial do País a ditaduras socialistas e mesmo a Estados terroristas, o
descabido perdão a credores internacionais – tudo isso ao arrepio da vontade da
classe média esclarecida.
Isso explodiu
agora, por ocasião da Copa, pela força até então inusitada das redes sociais da
Internet, em virtude dos gastos exorbitantes com estádios desportivos, sob
total submissão do Estado Brasileiro às ordem da Fifa, tudo fazendo presumir a
imensa corrupção envolvida, em grave contraste com as reais carências do povo e
com os índices negativos da economia do País.
Por Reginaldo Vasconcelos
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