terça-feira, 25 de junho de 2013

CRÔNICA

A Dilma não é o Papai Noel

Recentemente, vi um pronunciamento de um dos grupos que estão organizando boa parte das manifestações, cujo símbolo é um dos personagens de quadrinhos da DC Comics, o V de Vingança. O pronunciamento requeria uma série de pedidos que me incomodavam pela tamanha falta de noção de direcionamento, constituindo um texto de profundidade panfletária.

Nesse turbilhão de protestos, a presidente Dilma finalmente tomou iniciativa de se manifestar. Como sempre, até hoje acredito que Dilma preserva a mania de se pronunciar com algum tipo de emissor de som escondido, repetindo um discurso decorado.

Ao ouvir a Presidente falando, senti náuseas por constatar duas realidades lastimáveis: um grupo que não sabe o que pede e o outro que não sabe o que faz. Boa parte dos cidadãos não percebe, mas os protestantes criticam o Governo e acabam fortalecendo-o. Se estamos falando em pré-sal, estamos falando que o Congresso apressará a votação de outros assuntos importantes, para atender a "demanda popular".

Fora isso, se vamos ampliar o investimento em saúde, educação etc., devemos lembrar que mais investimentos precisam de mais impostos. Ok, 100% de verba para a educação. Mas qual é o critério de investimento desse dinheiro? Os livros adotados pelo MEC (de história à física), por exemplo, têm que impor valores "éticos". Não importa se o livro de física é bom. Se ele tocar em ética (não me pergunte como), é passível de ser adotado.

Chegamos até o problema da saúde em que, numa atitude messiânica pífia, vamos contratar médicos do exterior! Ok... Para quê? Para pagar uma dívida petista com os companheiros cubanos, renegando os profissionais brasileiros que até sentem vontade de trabalhar no serviço público, mas sofrem com salários que nenhum estrangeiro aceitaria.

Acho que já chega! Estamos cometendo o mesmo equívoco de Hércules ao tentar matar a Hidra de Lerna. Na estória, o herói mitológico, a cada vez que corta uma cabeça do monstro, mais duas nascem. Acho que não tem sido diferente em cada manifesto que é feito no Brasil. Quando achávamos que o pronunciamento da Presidente seria vitorioso, a "Hidra" parecia mais forte do que nunca.

Sabem como Hércules a matou? Fazendo o que venho falando há tempos. Foi engolido, entrando no estômago do monstro, cortando-o no centro. Sempre que estudamos, progredimos intelectual e profissionalmente, evoluímos no ambiente à nossa volta, chegamos mais perto do "estômago" do "monstro" brasileiro.

Entender das leis, conversar com membros do Poder Público e até se tornar membro dele, é, de certa forma, ser "engolido" pelo sistema. Mas talvez seja a única forma de vencê-lo realmente.

Por João Pedro Gurgel


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