O LEVANTE DA CLASSE MÉDIA
Não há nenhum empreiteiro milionário
nas marchas de protesto do País, e também não está entre os manifestantes
nenhum beneficiário do assistencialismo do Governo. São esses os que elegeram
todos os políticos no poder – os primeiros, com financiamento de campanhas; os
segundos, com o chamado “voto de cabresto”. Aqueles, beneficiários das leis
tortas e das manobras administrativas para burlar as que são retas, e estes
últimos a grande massa que troca seu voto por migalhas.
Os que estão nas ruas agora, bem
como os que apoiam o movimento popular, a despeito do estarem em engarrafamento
de trânsito, e que estão nos edifícios agitando bandeiras e aplaudindo, são a
nossa classe média esclarecida, até agora sufocada pelo populismo desvairado.
Os que finalmente protestam são os que não desfrutam dos favores milionários
das negociatas estatais, nem recebem bolsa-família para votar em quem o Lula
manda, que depredam fazendas produtivas e não são responsabilizados.
As esquerdas, que ajudaram a
derrotar a direita, também estão nas ruas, é verdade, porque para a grande
maioria delas faltaram tetas estatais. Uma vez no Governo, a facção
“empoderada” se associou à direita podre para obter governabilidade, e para se
perpetuar no poder, deixando de fora das grandes mamatas, tanto os capitalistas
sérios, como os ideólogos desvairados. Aliás, talvez sejam exatamente os
militantes de esquerda, bem como bandidos infiltrados, que recorrem ao
vandalismo, porque a violência está no seu DNA ideológico.
A grande imprensa nacional ainda não
sabe o que pensar, muito menos o que dizer. Quer apoiar os protestos, em nome
do politicamente correto, sem repressão policial, e ao mesmo tempo quer a
polícia, quando a turba tenta depredar uma emissora e ataca um carro de
reportagem de TV. Diz então que o movimento é pacífico, e que apenas uma
minoria passa a praticar grosso vandalismo. Acontece que temos uma guerra suja,
feitas por um “exército irregular”, que na verdade não tem liderança exata nem
controle eficiente.
Mas a polícia não pode ser pacífica
e ser enérgica ao mesmo tempo. A polícia existe e está aparelhada para a
prática da violência oficial, e não para ser desmoralizada. O Estado não compra
spray de pimenta e balas de borracha para a polícia acariciar os bons cidadãos. E não se pode distinguir, no calor da batalha, quem é bonzinho e quem é vilão.
E mais:
na verdade, sem episódios de violência o Poder Público não se mobiliza.
Passeatas pacíficas não fazem políticos demitir secretários, nem tomar rotas de
correção dos vícios. Marchas pacíficas só armam palanques, só rendem discursos,
só geram promessas – os ricos continuarão a financiar as campanhas, e os pobres
continuarão a vender seus votos.
E não são sinceras as declarações da
Presidente Dilma ao elogiar as manifestações. Ela as faz porque a hipocrisia é
sempre a melhor manobra política. Ela as fez, e depois se escondeu com o Lula
para decidir qual a melhor estratégia para neutralizar o caos absoluto.
Parabenizar o povo por ele protestar contra as políticas do governo, quando ela
própria representa o governo, é de um cinismo exacerbado. O povo se volta
contra César, e então César se traveste de líder da revolta para escapar do
linchamento político. É ridículo. É patético.
Por Reginaldo Vasconcelos
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