quarta-feira, 19 de junho de 2013

CRÔNICA

O LEVANTE DA CLASSE MÉDIA









Não há nenhum empreiteiro milionário nas marchas de protesto do País, e também não está entre os manifestantes nenhum beneficiário do assistencialismo do Governo. São esses os que elegeram todos os políticos no poder – os primeiros, com financiamento de campanhas; os segundos, com o chamado “voto de cabresto”. Aqueles, beneficiários das leis tortas e das manobras administrativas para burlar as que são retas, e estes últimos a grande massa que troca seu voto por migalhas.

Os que estão nas ruas agora, bem como os que apoiam o movimento popular, a despeito do estarem em engarrafamento de trânsito, e que estão nos edifícios agitando bandeiras e aplaudindo, são a nossa classe média esclarecida, até agora sufocada pelo populismo desvairado. Os que finalmente protestam são os que não desfrutam dos favores milionários das negociatas estatais, nem recebem bolsa-família para votar em quem o Lula manda, que depredam fazendas produtivas e não são responsabilizados.

As esquerdas, que ajudaram a derrotar a direita, também estão nas ruas, é verdade, porque para a grande maioria delas faltaram tetas estatais. Uma vez no Governo, a facção “empoderada” se associou à direita podre para obter governabilidade, e para se perpetuar no poder, deixando de fora das grandes mamatas, tanto os capitalistas sérios, como os ideólogos desvairados. Aliás, talvez sejam exatamente os militantes de esquerda, bem como bandidos infiltrados, que recorrem ao vandalismo, porque a violência está no seu DNA ideológico.

A grande imprensa nacional ainda não sabe o que pensar, muito menos o que dizer. Quer apoiar os protestos, em nome do politicamente correto, sem repressão policial, e ao mesmo tempo quer a polícia, quando a turba tenta depredar uma emissora e ataca um carro de reportagem de TV. Diz então que o movimento é pacífico, e que apenas uma minoria passa a praticar grosso vandalismo. Acontece que temos uma guerra suja, feitas por um “exército irregular”, que na verdade não tem liderança exata nem controle eficiente.

Mas a polícia não pode ser pacífica e ser enérgica ao mesmo tempo.  A polícia existe e está aparelhada para a prática da violência oficial, e não para ser desmoralizada. O Estado não compra spray de pimenta e balas de borracha para a polícia acariciar os bons cidadãos. E não se pode distinguir, no calor da batalha, quem é bonzinho e quem é vilão. 

E mais: na verdade, sem episódios de violência o Poder Público não se mobiliza. Passeatas pacíficas não fazem políticos demitir secretários, nem tomar rotas de correção dos vícios. Marchas pacíficas só armam palanques, só rendem discursos, só geram promessas – os ricos continuarão a financiar as campanhas, e os pobres continuarão a vender seus votos.

E não são sinceras as declarações da Presidente Dilma ao elogiar as manifestações. Ela as faz porque a hipocrisia é sempre a melhor manobra política. Ela as fez, e depois se escondeu com o Lula para decidir qual a melhor estratégia para neutralizar o caos absoluto. Parabenizar o povo por ele protestar contra as políticas do governo, quando ela própria representa o governo, é de um cinismo exacerbado. O povo se volta contra César, e então César se traveste de líder da revolta para escapar do linchamento político. É ridículo. É patético

Por Reginaldo Vasconcelos

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