terça-feira, 21 de abril de 2020

POESIA - Poema na Madrugada Bárbara (KK)


Poema na madrugada Bárbara
Karla Karenina*


Os trovões se sucedem encadeados e estrondosos como a dizerem a nós, seres apequenados ante o imponderável:
  
– Calem-se e ouçam o que reverbera do alto! Infinitamente maior do que pensam que são!


As descargas elétricas acendem os céus da minha cidade fazendo a noite virar dia, penetrando as pequenas frestas das janelas das almas insones.

– Iluminem-se! Passa da hora!

Raios cortam o mal que assola o ar e sufoca as gentes por todo o mundo.

A água cai intensa num banho da atmosfera infectada numa tentativa de salvar a terra mãe da espécie desumana.


Para através da fúria dos elementos, quem sabe, intimidar a empáfia de parte da nefasta egrégora encarnada e encrostada no egoísmo e na estupidez.

Assisto da janela esse espetáculo que acelera meu coração e torço pela vitória da senhora dos ventos e das tempestades.


Êparrei Iansã! Êparrei Oyá!





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