Aos
meus 36
Alana Alencar*
O melhor de mim vem do impulso.
Do instante, quase sopro, que não controlo e faço... e digo... e
escrevo.
Nem sempre parece ser o melhor que alguém poderia ter... porque
arraigado dessa minha urgência crua, desnuda-se de toda e qualquer razão.
Meu impulso, por mais dissonante que me chegue, traduz a frequência
de como o meu ser responde aos estímulos da vida... E me diz de uma
beleza peculiar... destemida. Tão sutil que sinto ter valido a pena agir,
dizer... e escrever.
Meu impulso não tem hora marcada. Não verbera a reação de um
comando certo... tem mais a ver com o gesto, com a palavra, com os sentimentos
e como eles se declaram.
Tenho (sempre) que estar disposta a suportá-lo e a responder pelas
consequências inadiáveis de não tê-lo controlado.
Tenho que sofrer essa ausência de medidas para gozar do encanto de
tê-lo como parte do que sou, a potência de manter-me viva.
Voraz.
Porque o melhor de mim vem desse ímpeto... Embora, muitas vezes,
absurdo, obsceno, intolerável, de tão intenso atinge uma esfera da alma que nem
sempre é alcançada... nem sempre diz de tudo.
Meu impulso é o que me salva desse equívoco do mundo, desse
"igual", "morno", "barato"... é o que me acorda
ao arrepio e ao pensamento.
É o que me rende a obra.
O melhor de mim vem do impulso.
Desse entusiasmo que evidencia o quão posso ser frágil e
incompleta... que diz, sem rodeios, o que ainda lateja e que, de algum modo,
tenta adaptar-se.
Meu impulso é a combustão para o brilho nos meus olhos, para o
incêndio da minha presença... é o que tenho de mais genuíno para criar, criar e
criar outra vez... ser além de um parasita, além do "qualquer um".
Sim... meu impulso pulsiona... Deflagra as entrelinhas das
possibilidades não vistas... escancara meus desejos, rompe com a tranquilidade inexata...
Meu impulso assusta a estabilidade insossa.
Há 36 anos tenho experimentado desse elã vital o êxtase e a
balbúrdia de possuí-lo em demasia... quando posso transformo em arte. Quando
não posso, aprendo!
Bendito seja esse impulso, que é mobilizador de todos nós que te conhecemos e amamos, querida Alana!!! E parabéns por legitimá-lo tão corajosamente nessa crônica!!!👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼🤣🤣
ResponderExcluirParabéns, Senhora Escritora.
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