SAI O ÁRBITRO;
PELÉ CONTINUA.
Humberto Ellery*
Em 17 de julho de 1968, no estádio Nemésio Camacho, conhecido nos
meios futebolísticos como Estádio El Campin, em Bogotá, Colômbia, aconteceu um
fato que os mais jovens talvez pensem que é uma lenda. Mas é pura verdade.
O imbatível Santos, com Pelé & Cia, disputava um amistoso
contra a Seleção Sub-23 da Colômbia. Finalzinho do 1º tempo o Negão (que sabia
ser violento quando queria) deu uma entrada dura, por trás, num zagueiro
colombiano (talvez se vingando de alguma deslealdade do zagueiro).
O árbitro, senhor Guillermo Velásquez (falecido aos 84 em 2017) fez
o certo, expulsou o Rei. Na época não havia essa história de cartão vermelho,
nem amarelo, o juiz expulsava e pronto. O Senhor Guillermo Velásquez relatou
depois que foi inclusive ofendido pelo Negão, o que eu não duvido.
Mas o melhor da história vem agora: a plateia revoltou-se contra o
árbitro, começou o maior tumulto na arquibancada, e a Confederação Colombiana,
assustada, tirou o árbitro. Mandou passar o apito e o comando do jogo para um
dos “bandeirinhas”, o Rei Pelé voltou a campo e fez um dos gols, na vitória por
4 x 2.
Eu fico pensando: Caso o Bolsonaro realmente demita o Mandetta, se
não é o caso da gente expulsar o “Mito”, passar o apito para o Mourão, e mandar
o Mandetta continuar “dando seu show de bola”. Beleza!
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DAVI E GOLIAS
Humberto Ellery
Meus caros, no Primeiro Livro de Samuel, em seu capítulo 17, temos
a história do combate entre Golias, o gigante filisteu da cidade de Gate (media
6 côvados e um palmo de altura = 2,83 m), e o franzino Davi, filho do belemita
Jessé.
Durante 40 dias Golias desafiou o exército de Israel, que se
encontrava estacionado frente aos combatentes filisteus, a enviar um lutador
para se bater com ele e assim evitar uma batalha total, pois o vencedor da
contenda entre os dois definiria o exército vencedor.
O gigante trazia nas mãos uma enorme lança, que apenas sua ponta de
ferro pesava 600 siclos (6 kg). Quando o pequenino e jovem Davi partiu para
enfrentá-lo, muniu-se de uma funda e uns seixos de pedra lisos.
Com uma precisão admirável conseguiu acertar a testa do gigante que
desabou com o rosto sobre a terra, do que se aproveitou Davi para matá-lo com
sua própria espada, e em seguida decapitá-lo.
Esta luta Bíblica tornou-se exemplo de luta desigual, assimétrica,
em que o mais fraco derrota o mais forte.
Ontem, em termos políticos, tivemos uma reedição de uma luta
absolutamente assimétrica, em que o poderoso Golias, cheio de ódio, portava uma
“enorme” caneta Bic com tinta suficiente para aniquilar o indefeso Davi.
Davi muniu-se apenas dos seus conhecimentos médico-científicos, e
sua brilhante atuação no combate a um inimigo invisível e violentamente letal.
Como o Davi bíblico tinha ao seu lado o apoio de seu Deus Javé, o nosso Davi
hodierno tinha ao seu lado a opinião pública, a Ciência, a OMS, o apoio dos Governadores
e Prefeitos, os Poderes Legislativo e Judiciário, e outros apoiadores.
Ao final do dia a notícia alvissareira, Davi derrotou Golias. Sua
enorme caneta Bic, do tamanho da lança do Golias bíblico, “negou fogo”, deu “xabú”,
pifou, vazou a tinta.
Ao final do combate, derrotado, a expressão desconsolada desse
Golias de araque me deu mais pena que a daquela pintura Davi com a Cabeça de Golias, do Caravaggio, em que sua enorme
carantonha está suspensa pelos cabelos, erguida nas mãos de Davi (inclusive
porque Caravaggio usou seu próprio rosto – um auto retrato – para representar o
gigante degolado, mas isso é outra história).
BLEIB ZU HAUSE STAY HOME FIQUE
EM CASA
COMENTÁRIO
A analogia de Humberto Ellery é erudita, mas equivocada, porque
ninguém abateu nenhum Golias – muito menos um pequeno Davi veio a fazê-lo –
porque o Golias analógico, na verdade, foi dissuadido de demitir o seu comandado, nomeado por
ele – que não era um contendor.
Na alegoria desenhada por Ellery o nanico já estava com o joelho do
gigante no pescoço e a lança de tinta azul sobre o seu peito quando o exército
filisteu convenceu o seu gladiador a não exonerar o funcionário, simplesmente
exibindo o polegar em riste.
Foi o Exército Brasileiro que mandou o seu Capitão criar juízo e
poupar o Ministro Mandetta, desobedecer ao seu Rasputin apátrida, e manter o
isolamento popular.
Não foi o Mandetta que venceu, nem o Congresso, nem o STF, nem as redes sociais, nem a desesperada Rede Globo (que no seu texto Ellery omite envergonhado, com a frase “e outros apoiadores”).
Estes todos são apenas beneficiários da sensatez dos Generais, que desta vez, por acaso, fizeram prosperar a sua tese – os mesmos Generais que eles todos tanto temem e apreciam detratar.
Não foi o Mandetta que venceu, nem o Congresso, nem o STF, nem as redes sociais, nem a desesperada Rede Globo (que no seu texto Ellery omite envergonhado, com a frase “e outros apoiadores”).
Estes todos são apenas beneficiários da sensatez dos Generais, que desta vez, por acaso, fizeram prosperar a sua tese – os mesmos Generais que eles todos tanto temem e apreciam detratar.
Então, que não se anime o articulista em se autorretratar com a cabeça decepada do
Presidente Bolsonaro, a exemplo do que fez Caravaggio com Golias, porque atrás
desse gigante da atualidade que ele pinta abatido, mas que ainda está bem vivo, estão as gloriosas Forças Armadas
Nacionais, das quais ele e seu ilustre pai, muito honrosa e honradamente, foram
parte.
Reginaldo Vasconcelos
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