domingo, 16 de outubro de 2016

NOTA ACADÊMICA - Posse dos Cinco


POSSE DOS CINCO
SOLENIDADE MEMORÁVEL



No chão sagrado do Palácio da Luz, a mais antiga edificação civil do “Siará Grande”, prédio histórico que abriga a Academia Cearense de Letras (ACL), que é a decana das instituições literárias brasileiras, ali esta novel Academia Cearense de Literatura e Jornalismo (ACLJ) promoveu, na manhã de ontem, sábado, dia 15 de outubro, uma solenidade memorável.

Servido o café da manhã aos convidados, e após a execução do Hino Nacional e do hino da ACLJ pela Banda de Música da Região Militar Soares Moreno, José Augusto Bezerra, Presidente da Academia Cearense de Letras, tomou posse na dignidade de Membro Benemérito.






















Como Membros Titulares da ACLJ foram investidos Paulo César Norões, Luciara de Aragão e Frota, Ulisses Mendes Gaspar e Sávio Queiroz Costa. Os dois primeiros sucederam, respectivamente, o pai e o irmão falecidos, fundadores de suas Cadeiras, enquanto os dois últimos, propostos e eleitos, supriram vacâncias por sublimação de titulares.   

Tendo sido saudado pelo Senador Cid Carvalho, Presidente de Honra da nossa confraria, José Augusto Bezerra discorreu em seu pronunciamento sobre as duas entidades, a ACL e a ACLJ.



Ele surpreendeu a todos com a exibição de um documento original da lavra de Gonçalo Inácio de Loyola Albuquerque e Melo, o Padre Mororó, o primeiro jornalista cearense, então redator do Diário do Governo. Padre Mororó tornou-se revolucionário, sendo preso e fuzilado em 1825, na Praça dos Mártires, o conhecido Passeio Público, em Fortaleza.

José Augusto brindou ainda os membros da confraria de jornalistas que o acolhia na casta dos seus benemerentes com a exibição da raríssima coleção do primeiro jornal editado no Ceará, O Araripe, produzido na cidade do Crato há 161 anos, por João Brígido – capixaba da cidade de São João da Barra, nascido em 1829, radicado em Fortaleza.





Esse jornal circulou a primeira vez no dia 07 de julho de 1855, impresso na Tipografia Monte e Cia., na Rua da Matriz, na cidade do Crato. A última edição saiu em 18 de fevereiro de 1865, portanto esse noticioso existiu por 10 anos, tendo tido 336 edições.






Paulo César Norões, por seu turno, no seu comovido discurso de posse, lembrou o pai Edilmar, o qual qualificou como o seu herói, sua maior referência, não só profissional, mas principalmente ética e moral. Fez alusão à família ali presente, a mãe Lucila, a filhinha homônima, e a sua mulher Simone Moraes. 




Durante a cerimônia a família descerrou o retrato de Edilmar Norões, pintado em óleo sobre tela, realizado a quatro mãos pelo acadêmico Reginaldo Vasconcelos, que retrata em acrílico, e o pintor e restaurador Vlamir de Sousa, que finaliza em tinta óleo. 
  




















A Profa. Dra. Luciara foi saudada pela Desembargadora Gisela Nunes, que descreveu toda a sua carreira acadêmica, com inúmeros títulos de pós-gradação, no Brasil e no Exterior.










E em sua fala Luciara exaltou seu saudoso irmão, advogado, jornalista e professor Paulo Maria de Aragão, acadêmico fundador da Cadeira de nº 37 da ACLJ, na qual ela o sucedia, como também fez as mais airosas referências ao seu Patrono Perpétuo, o jornalista e pesquisador Rodolfo Espíndola, que foi contemporâneo e amigo de grande parte dos presentes.







Ulysses Gaspar e Sávio Queiroz foram alvos de breves palavras de apresentação e louvor, da parte do Presidente em Exercício, Reginaldo Vasconcelos, o qual narrou de como conheceu cada um deles e das virtudes que eles revelaram aos pares para serem propostos e eleitos a compor o rosário de notáveis da ACLJ. Referiu também aos Patronos Perpétuos das respectivas Cadeiras que assumiram, o jornalista e cantor Guilherme Neto e o poeta Paula Ney.






Ao final dos trabalhos, já ao meio dia do sábado, foi servido um lauto coquetel comemorativo, em que os acadêmicos e convidados se puderam confraternizar festivamente.




Para fim de registro, anotamos que compareceram fisicamente ao evento os acadêmicos acelejanos Vicente Alencar, Cid Carvalho, Rui Martinho Rodrigues, Reginaldo Vasconcelos, Geraldo Jesuino, Vianney Mesquita, Descartes Gadelha, Altino Farias, Antonino Carvalho, Paulo Ximenes, Adriano Vasconcelos, Arnaldo Santos, Humberto Ellery, Lúcio Alcantara, Karla Karenina, Dorian Sampaio, Maria Josefina, Djalma Pinto, Roberto Moreira, Inês Mapurunga e Geraldo Gadelha.

Virtualmente presentes, porque comunicaram e justificaram previamente a sua ausência física os acadêmicos Igor Queiroz Barroso, Cássio Borges, Cândido Albuquerque, Marcos André, Beto Studart, Evaldo Gouveia, Hermann Hesse, Dilson Pinheiro e Totônio Laprovitera. 

A ACLJ se reúne com cinco, delibera com dez, e se considera plena e completa com o número de acadêmicos que  comparecem à Assembleia, considerando presentes, inclusive, os que justificam previamente a sua falta.    



Nota Bene:

1. Destaque especial para a belíssima execução do Hino Nacional e da Ode Alencarina, hino da ACLJ, sob a regência do 1º Sargento J. Silva, que superou de longe o desempenho da Banda do Exército em eventos anteriores mais recentes. A presença dessa orquestra marcial nas grandes assembleias da ACLJ já é uma tradição estabelecida com o Comando da 10ª Região Militar, desta feita na pessoa do Gen. Div. Estevam Cals Theophilo de Oliveira.


2. Relevo ainda para a fala extraprotocolar do acadêmico Humberto Ellery, o qual ao final pediu a palavra para registrar a recente eleição do compositor americano Bob Dylan ao Prêmio Nobel de Literatura. Ellery apresentou, a propósito, uma moção no sentido de que a ACLJ oficie à Academia Sueca louvando a atitude de reconhecer que a composição musical de alto nível também é uma forma especial de literatura, conforme a nossa ACLJ já considerava desde sempre, tendo vários compositores entre seus quadros, nomeadamente Fausto Nilo, Evaldo Gouveia, Raimundo Fagner e Descartes Gadelha. Sua moção será atendida. 





3. Realce também para o desempenho excepcional do acadêmico Vicente Alencar, radialista experimentado, que na função de Mestre de Cerimônia deu valiosas contribuições pessoais, acrescentando informações e fazendo comentários, conseguindo contornar com grande galhardia as inúmeras falhas gráficas do roteiro impresso pelo cerimonial, que trocou nomes e dava boa noite em plena manhã luminosa de sábado.





COBERTURA DO FOTÓGRAFO
LEONARDO HENRIQUES






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