"Ilustre Mesa Diretiva, que
cumprimento na pessoa do nosso Presidente de Honra, o Senador Cid Carvalho. Senhores
acadêmicos, meus confrades, que, na pessoa do nosso Presidente Rui Martinho
Rodrigues eu saúdo. Particularmente,
exalto o Dr. Ivens Dias Branco, grande homenageado desta noite, e a Dra. Graça
da Escócia, essa juveníssima senhora, que tanto contribuiu para viabilizar esta
homenagem. Dr. Igor Barroso, aqui representando sua digníssima avó, Dona
Yolanda Queiroz, a Primeira Dama do empresariado cearense. Sr. Roberto Smith, representando o Governador Cid Gomes, Dra. Fátima Veras,
Magnífica Reitora da Unifor, exemplo do grande valor da mulher cearense. Demais autoridades, seleta plateia de
familiares e convidados, meu pai e minha mãe aqui presentes, minhas senhoras e
meus senhores.
Não se pode falar em Ivens Dias Branco sem falar do grupo
empresarial que ele preside, assim como não se poderia falar em Bilac sem
referir à poesia, nem citar Aldemir Martins sem remeter às artes plásticas, pois todos esses são casos típicos em que o
homem e a sua obra se confundem.
A empresa está completando seis décadas sob o comando do
nosso homenageado, ou doze lustros, ou sessent’anos, como diria Olavo Dutra, um
dos patronos perpétuos desta casa. E a firma conta mais vinte quatro anos desde
a primeira padaria do saudoso pai e mentor do Dr. Ivens, o insigne Manuel Dias
Branco.
Portanto, nos meus atuais 58 anos, que já não me são
poucos, quando nasci em Fortaleza a empresa M. Dias Branco já era um patrimônio
da cidade, servindo ao nosso povo o bíblico alimento, movimentando heroicamente
a então muito pobre economia do Estado, na medida em que este mais empobrecia
de algodão, e que os produtos da oiticica e da carnaúba perdiam espaço no
mercado exterior.
A empresa Dias Branco, entretanto, crescia, passo a passo, step by step, ininterruptamente, fiel ao
seu ramo de negócios, com determinação e denodo, e continuou crescendo enquanto
na nossa pauta de exportações floresciam a castanha de caju e a lagosta, e
enfim o Ceará conhecia melhores horizontes.
Na capital crescia a indústria de viagens (deflagrada pelo
jornalista Stênio Azevedo, outro patrono desta Academia, que foi o nosso
primeiro Secretário de Turismo) – e no interior se vencia a seca com a grande
açudagem e a irrigação, sob os auspícios do DNOCS do Dr. Cássio Borges, nosso membro
emérito honorário.
Como todos sabem, hoje a M. Dias Branco se expandiu e
superou fronteiras, tornando-se um dos grandes orgulhos empresariais do nosso
Estado, situando-se entre os portentos nacionais. Isso gera em cada cearense
uma dívida moral para com essa empresa – mais precisamente para com o seu
presidente, o capitão dessa nau gloriosa – a quem ora homenageamos, e que nos
dá a honra de aceitar a homenagem.
Portanto, a alma de qualquer dos nossos conterrâneos deve
uma reverência espontânea àquela fábrica engalanada de verde, a Fábrica
Fortaleza, que perfuma a rodovia com o odor das bolachas, ao se adentrar a
cidade homônima;
Bem como devemos uma mesura moral aos monumentais prédios
que iluminam o Mucuripe, ostentando a marca do Moinho Dias Branco; também assim
devemos um preito respeitoso à tradicional residência da família, na Av.
Antônio Sales, projetada no passado pelo arquiteto Armando Farias, precocemente
falecido, marido da poetisa Concita e pai do cronista Pedro Altino, membros
desta Academia.
Empresa bem estruturada, que os empregados adoram e os
clientes respeitam – e é como jornalista que o tenho percebido e registrado. Absolutamente
correta nas suas condutas trabalhistas e fiscais, recolhendo impostos e
oferecendo trabalho em grande número, sempre em sintonia com o poder público e
preocupada em cumprir da forma mais ampla o seu papel na sociedade.
Enfim, esse é o retrato do homem que sucedeu ao pai nos
negócios e os engrandeceu exponencialmente, a quem outorgamos hoje o laurel
maior do silogeu, o título de Membro Benemérito. Pessoa cujo nome qualquer
cearense deve temperar a garganta antes de pronunciar – e que nem mesmo o nosso
Ceará Moleque, de Quintinho Cunha e Chico Anysio, que um dia vaiou o sol, ousa
glosar com sua facécia irreverente.
Posto isso – deixem-me antes temperar a garganta: Hum! Hum!
Francisco Ivens de Sá Dias Branco, seja bem vindo a esta modesta casa de
letras, para constar entre os seus imortais, cujo lema latino é: “non male sedet, qui bonis adhaeret” (nunca
faz o mal, quem aos bons faz companhia)".
Reginaldo Vasconcelos
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