sábado, 14 de dezembro de 2013

SAUDAÇÃO AO NOVO ACADÊMICO BENEMÉRITO - IVENS DIAS BRANCO

"Ilustre Mesa Diretiva, que cumprimento na pessoa do nosso Presidente de Honra, o Senador Cid Carvalho. Senhores acadêmicos, meus confrades, que, na pessoa do nosso Presidente Rui Martinho Rodrigues eu saúdo. Particularmente, exalto o Dr. Ivens Dias Branco, grande homenageado desta noite, e a Dra. Graça da Escócia, essa juveníssima senhora, que tanto contribuiu para viabilizar esta homenagem. Dr. Igor Barroso, aqui representando sua digníssima avó, Dona Yolanda Queiroz, a Primeira Dama do empresariado cearense. Sr. Roberto Smith, representando o Governador Cid Gomes, Dra. Fátima Veras, Magnífica Reitora da Unifor, exemplo do grande valor da mulher cearense.  Demais autoridades, seleta plateia de familiares e convidados, meu pai e minha mãe aqui presentes, minhas senhoras e meus senhores.




Não se pode falar em Ivens Dias Branco sem falar do grupo empresarial que ele preside, assim como não se poderia falar em Bilac sem referir à poesia, nem citar Aldemir Martins sem remeter às artes plásticas,  pois todos esses são casos típicos em que o homem e a sua obra se confundem.

A empresa está completando seis décadas sob o comando do nosso homenageado, ou doze lustros, ou sessent’anos, como diria Olavo Dutra, um dos patronos perpétuos desta casa. E a firma conta mais vinte quatro anos desde a primeira padaria do saudoso pai e mentor do Dr. Ivens, o insigne Manuel Dias Branco.

Portanto, nos meus atuais 58 anos, que já não me são poucos, quando nasci em Fortaleza a empresa M. Dias Branco já era um patrimônio da cidade, servindo ao nosso povo o bíblico alimento, movimentando heroicamente a então muito pobre economia do Estado, na medida em que este mais empobrecia de algodão, e que os produtos da oiticica e da carnaúba perdiam espaço no mercado exterior.

A empresa Dias Branco, entretanto, crescia, passo a passo, step by step, ininterruptamente, fiel ao seu ramo de negócios, com determinação e denodo, e continuou crescendo enquanto na nossa pauta de exportações floresciam a castanha de caju e a lagosta, e enfim o Ceará conhecia melhores horizontes.

Na capital crescia a indústria de viagens (deflagrada pelo jornalista Stênio Azevedo, outro patrono desta Academia, que foi o nosso primeiro Secretário de Turismo) – e no interior se vencia a seca com a grande açudagem e a irrigação, sob os auspícios do DNOCS do Dr. Cássio Borges, nosso membro emérito honorário.


Como todos sabem, hoje a M. Dias Branco se expandiu e superou fronteiras, tornando-se um dos grandes orgulhos empresariais do nosso Estado, situando-se entre os portentos nacionais. Isso gera em cada cearense uma dívida moral para com essa empresa – mais precisamente para com o seu presidente, o capitão dessa nau gloriosa – a quem ora homenageamos, e que nos dá a honra de aceitar a homenagem.

Portanto, a alma de qualquer dos nossos conterrâneos deve uma reverência espontânea àquela fábrica engalanada de verde, a Fábrica Fortaleza, que perfuma a rodovia com o odor das bolachas, ao se adentrar a cidade homônima;

Bem como devemos uma mesura moral aos monumentais prédios que iluminam o Mucuripe, ostentando a marca do Moinho Dias Branco; também assim devemos um preito respeitoso à tradicional residência da família, na Av. Antônio Sales, projetada no passado pelo arquiteto Armando Farias, precocemente falecido, marido da poetisa Concita e pai do cronista Pedro Altino, membros desta Academia.

Empresa bem estruturada, que os empregados adoram e os clientes respeitam – e é como jornalista que o tenho percebido e registrado. Absolutamente correta nas suas condutas trabalhistas e fiscais, recolhendo impostos e oferecendo trabalho em grande número, sempre em sintonia com o poder público e preocupada em cumprir da forma mais ampla o seu papel na sociedade.


Ivens Dias Branco construiu um império industrial, mas se enganam os que pensam que o seu maior patrimônio sejam haveres da matéria. Pois ainda não é.  O grande  cabedal de Ivens Dias Branco está na memória do pai, na honradez do seu nome, nos imensos bens sociais que ele faz dimanar do seu trabalho. A grande fortuna desse homem, Senhores, são os muitos amigos, os milhares de empregados felizes, os milhões de clientes satisfeitos. Seu tesouro é principalmente a família, aqui presente, coesa e unida, que ele e sua mulher Consuelo produziram – uma riqueza de bens imateriais inestimáveis.

Enfim, esse é o retrato do homem que sucedeu ao pai nos negócios e os engrandeceu exponencialmente, a quem outorgamos hoje o laurel maior do silogeu, o título de Membro Benemérito. Pessoa cujo nome qualquer cearense deve temperar a garganta antes de pronunciar – e que nem mesmo o nosso Ceará Moleque, de Quintinho Cunha e Chico Anysio, que um dia vaiou o sol, ousa glosar com sua facécia irreverente.
  
Posto isso – deixem-me antes temperar a garganta: Hum! Hum! Francisco Ivens de Sá Dias Branco, seja bem vindo a esta modesta casa de letras, para constar entre os seus imortais, cujo lema latino é: “non male sedet, qui bonis adhaeret” (nunca faz o mal, quem aos bons faz companhia)".

Reginaldo Vasconcelos















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