AMOR ÉTNICO
Por Thiena Vasconcelos*
“Três povos foram convocados pela História para formar uma nova nação. Esta
é a melhor leitura que se pode fazer da etnia brasileira”.
(Reginaldo Vasconcelos)
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Na festa à fantasia, perguntaram qual era
a minha... Eu respondi: “cara-metade da minha irmã". Mas,
diariamente, eu sou metade dela.
Eu vi a entrada do ano de 1987 com os olhos dela. Eu
conheci os "Menudos" na história dela. Ouvia Taiguara, Pablo Milanês,
Oswaldo Montenegro e Cindy Lauper porque era o gosto musical dela. Eu me viciei
na Olivia Newton John em "Grease – Nos Tempos da Brilhantina", quanto eu tive que assistir deitada com ela na cama (ainda existia o Intercine) – e eu só tinha oito anos.
Eu
aprendi a me maquiar, e a fazer trança no cabelo, e a me vestir copiando o que
ela fazia. Ela me ensinou a andar a cavalo, a jogar vôlei, a esmurrar quem
quisesse brigar comigo. Ela fazia comidas deliciosas e nós duas quase entramos
juntas em depressão quando ela casou e saiu de casa.
A
gente ri uma da outra, e uma com a outra também. Ela se desesperou quando eu
levei um choque na geladeira, e quando eu fui arrastada por um carro num
atropelamento. Ela me ensinou a andar jogando o cabelo pro lado, e que devo
dançar forró nas pontas dos pés, porque assim é mais feminino e delicado.
Mas já
brigamos, já nos odiamos varias vezes antes de tomar café da manhã juntas,
mangando da cara inchada da mamãe quando acorda.
Nós
inventamos o dia do "Natal Secreto" que é sempre só a gente. Acontece
entre o Natal e o Ano Novo na casa dela, e pedimos sempre do mesmo restaurante,
especial para esse dia.
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Universitária
Paracadêmica da ACLJ
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